O que é a Televisão para você? Um lazer? Trabalho? Um refúgio?
Seja qual for sua resposta, tenho certeza de que para, pelo menos, 70% das pessoas que estão lendo este texto, ela é muito importante. Ainda há quem não saiba viver sem, como a pessoa que aqui escreve.
Hoje em dia, fala-se muito em internet, em passar o tempo no computador, mas, muito antes disso, lá no início do século XX, era a TV o assunto do momento. Em tantos anos de existência, muitos produtos já foram criados para acompanhar nossa evolução.
Novelas, Séries, Programas de Auditório, Show de Talentos, Programas de Investigação, Jornais de Notícias, Musicais, entre outras milhões de opções. O que atrai você nessa imensidão?
Confesso que, assim como na música, sou muito eclética quando se fala de TV: vou de “Batalha dos Bolos” até “Autópsia de Famosos”, passando, claro, pelo Silvio Santos todos os domingos (sagrado). Quem aqui não se lembra dos icônicos programas dos anos 90, a grande “Banheira do Gugu”, “Teste de Fidelidade” do João Kleber e tantas outras programações que jamais poderiam voltar a ser exibidas para a atual “tradicional família brasileira” ?
Hoje posso dizer que trabalho por causa da TV, afinal falo sobre novelas, programas de TV e séries.
Novelas? Sim! Em 2020, as novelas foram o grande entretenimento para muitas pessoas que não tem acesso a TV paga. Com isso, em meio à pandemia, consumiram canais abertos. E qual um dos maiores produtos da TV aberta? Sim, a Novela.
A verdade é que esse pequeno produto, composto de mais ou menos 150 capítulos, serve como aprendizado, alerta, diversão e construção do caráter para a grande massa. Você deve estar me achando louca ao dizer isso e, claro, pode discordar também, porém é através dos personagens e das situações vividas por eles nas novelas, que muita gente se espelha, que muita gente encontra sua paixão.
As novelas também evoluíram, afinal a primeira foi ao ar em 1951 e nem preciso ir tão longe para mostrar essa mudança. Exemplificando com as novelas da Globo, em “Laços de Família”, exibida originalmente em 1999/2000, havia pessoas dirigindo e falando ao telefone, cenas fortíssimas de assédio eram consideradas “normais”. Já em produções mais recentes, como “A Dona do Pedaço”, jamais poderia ver-se esse tipo de cena.
Ainda falando das novelas, posso dizer que elas são, sim, atemporais, porém algumas características nos fazem entender o que estava se passando no local, no ano da história.
O figurino e a decoração podem ser um dos primeiros pontos, afinal telefones com fio, celulares enormes (os famosos tijolões), marcaram época. No desenvolver da história alguns outros pontos podem ser vistos. Exemplificando mais uma vez com uma novela da Globo, em “Mulheres Apaixonadas”, por exemplo, vemos muito falar sobre os assaltos em apartamentos na Zona Sul. Em 2003, ano de exibição da novela, o índice desse tipo de assaltos estava altíssimo, arrisco-me a dizer que eles começaram nesse ano. A zona sul do Rio era uma região super segura de viver-se.
Não vou falar que assisto a novelas desde pequena porque, durante alguns anos, houve um hiato. Voltei a acompanhar mais por conta do trabalho, porque a realidade é que não damos valor para a nossa cultura, sejam novelas, séries, desenhos animados ou filmes. Temos entranhado o achar o estrangeiro melhor, o que, muitas vezes, não é verdade.
Bem, você pode me dizer: Mari, eu não gosto de televisão, só assisto streaming pelo computador. Vou te dizer: Beleza, mas você acha que se a televisão não tivesse existido lá trás, o streaming teria feito todo esse sucesso?
Pode ser que sim, e você me chama de mais maluca ainda (sim, mais maluca para doer no português), entretanto vejo a TV (seja aberta ou paga), como uma introdução desse serviço tão amado e também consumido pela TV. Assim como eu, sei que muitos não conseguem assistir filmes e séries pelo computador, seja por problemas de visão ou costume, muitos fruem de mais uma atualização desse aparelho dos céus, as Smart TV’s.
Seja assistindo novelas, séries, filmes, ouvindo músicas, programas de TV, mais de 97% da população possui pelo menos um televisor em casa, totalizando mais ou menos 100 milhões de pessoas a mais do que as que possuem e usam internet.
Tendo em vista os fatos, você ainda pode dizer que muitas pessoas tem mais acesso à TV do que à Internet por causa de questões sociais mas, verdade seja dita, mesmo sendo uma das mais velhinhas, embora não possamos esquecer o rádio, naquele seu grupinho de escola, até hoje, a TV ainda é mais influente que a Internet.