O ArteCult Entrevista, através do nosso colaborador do Canal Cultura Esportiva Prof. Diogo Dias, teve o prazer de conversar com Floriano Salvaterra e Marcos Munaretto, responsáveis pelo projeto VDCEV (“Volei – Descobrindo Campeões no Esporte e na Vida“), uma parceria do Clube Botafogo Futebol e Regatas com o IAE – Instituto Amigos do Esporte que está motivando a formação de categorias de base e descobrindo novos talentos para este esporte.
Sem dúvida a iniciação esportiva associada à educação e o melhor caminho para um futuro promissor.
Veja aqui a íntegra de nossa entrevista :
(ArteCult – Prof Diogo Dias) AC: O que é o Projeto Volei – Descobrindo Campeões no Esporte e na Vida (“VDCEV”)?
Floriano Salvaterra: O Projeto tem por objetivo oferecer a prática orientada e de qualidade do esporte voleibol; difundir a pratica de voleibol nas categorias de base, descobrindo novos talentos e motivando/incentivando as crianças, das escolas que se encontram nos arredores do clube Botafogo, a participar das escolinhas e categorias oferecidas pelo Botafogo; finalmente formando atletas para participar dos campeonatos municipais, estaduais, regionais, nacionais e internacionais.
O projeto contempla a contratação de técnicos e preparador físico, a compra de material esportivo (rede, bolas, tenis e joelheiras), a oferta de bolsa atleta e pagamento de despesas com campeonatos fora do estado do Rio de Janeiro.
Este projeto foi elaborado pelo Instituto Amigos do Esporte – IAE (11 anos de existência e mais de R$2,4 Milhões em projetos executados) que tem por finalidade permitir o acesso dos associados e da comunidade em geral ao aprendizado e a prática de atividades esportivas, culturais e de lazer orientadas ao desenvolvimento da qualidade de vida dos seus cidadãos.
Finalmente, com base no Termo de Parceria assinado com o Clube Botafogo Futebol e Regatas, o IAE qualificou o Projeto junto ao Ministério do Esporte a partir da cessão do espaço físico do Ginásio Oscar Zelaya, onde as atividades diárias serão desenvolvidas.
AC : Como surgiu a ideia do Projeto “VDCEV”?
Floriano Salvaterra: O projeto de voleibol no Clube Botafogo teve início na década de 1930 e desde então se mantem formando novos atletas através de suas categorias de base. A ideia deste novo projeto para as categorias de base surgiu da necessidade de proporcionar uma maior longevidade de participação no esporte dentro do clube bem como oferecer melhores condições materiais, organizacionais, estruturais e de logística para as crianças e adolescentes.
O projeto consiste na integração, através da prática desportiva, de todas as categorias de voleibol de base do clube oferecendo a oportunidade de se identificar talentos e formar atletas de alto-desempenho para seguir carreira profissional no esporte.
Essa captação de recursos poderá fomentar o aumento da prática desportiva de voleibol no Clube e ampliar nossas parcerias com instituições de ensino, aliando educação e treinamento, com a adequada infraestrutura, para alcançar o sucesso.
Desenvolver uma rede nacional de Escolas que ofereça às crianças através do esporte, um espaço de lazer, desenvolvimento físico e que os auxilie na sua formação intelectual, utilizando para tanto padrões pedagógicos e didáticos de elevado nível. Simultaneamente, gerar um espaço para que a empatia pelo clube possa se expandir independente da proximidade de General Severiano, sede do clube. Destaca-se aqui as parcerias já firmadas pelo Clube Botafogo com as seguintes instituições no Rio de Janeiro: The British School, Escola Eleva, Colégio Legrand, Casa di Spaña, IBMR, Universidade Universo e Colégio Imperial.
AC: Conte-nos mais da sua vivência no Voleibol, por favor.
Floriano Salvaterra (Gestor do Projeto):
Eu já gostava do esporte voleibol desde adolescente. Praticava de maneira esporádica e para o lazer apenas.
Através de meu sobrinho a quem introduzi no esporte, em 2009, já com 39 anos, recomecei a jogar “peladas” aos finais de semana para acompanhá-lo e ajudar no jogo. Através de um olheiro que me viu jogar, fui convidado a fazer um teste para o time master que se formava no Clube Fluminense. Após um extenuante treino de 2 horas, sobretudo para alguém que só se divertia e acompanhava o sobrinho, recebi a “ficha amarela” para inscrição no clube como atleta. Tinha sido convocado!!!
Após 4 anos e alguns campeonatos disputados pelo clube Fluminense, fui convidado a integrar outra equipe que se formava, um time chamado “Pro Combat” que treinava no Forte São João – Urca.
Em Maio de 2016, com a aproximação da Olimpiada do Rio, perdemos o espaço de treino. O Forte São João foi transformado em local privativo para a preparação final do “Time Brasil”, atletas brasileiros, às vésperas dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Assim, iniciava a parceria com o clube Botafogo, que gentilmente cedeu espaço aos sábados para o treino da equipe master do Pro Combat que se tornou o 1º time master de Voleibol do Botafogo com duas categorias (40+ e 45+) a defender a Estrela Solitária.
Hoje o clube Botafogo possui 4 equipes master de Volei (40+.45+, 50+ e 55+).
Marcos Munaretto (Presidente-Presidente do IAE):
Meu primeiro contato com o vôlei foi como estudante/atleta jogando nos jogos intercolegiais em Curitiba, depois já no Rio de Janeiro, como militar da Força Áerea Brasileira participei de 2 campeonatos de vôlei entre as Forças Armadas, um em São Paulo e outro no Rio Grande do Sul. Após a vida militar, comecei a jogar Vôlei de Praia, onde participei de várias etapas do Circuito Nacional de Vôlei de Praia e de várias etapas do Campeonato Estadual de Vôlei de Praia.
Iniciei a faculdade de Educação Física e fui estagiário no vôlei masculino do Tijuca Tênis Clube, com as categorias Infanto, Juvenil e Adulto. Nesse período, o Tijuca fez uma parceria com um time da Superliga, o Suzano, para montarmos uma equipe masculina e participar do Campeonato Estadual Adulto, o qual fomos campeões.
Após formado, me tornei preparador físico de atletas de vôlei de praia até receber um convite para trabalhar na prefeitura do Rio de Janeiro com projetos sociais através do esporte. Trabalhei para a prefeitura por 7 anos implantando projetos esportivos nas comunidades da cidade.
Depois desse período voltei a trabalhar no Tijuca Tênis Clube com o vôlei masculino. Hoje, além de ser atleta de vôlei master, participo de uma Organização Social voltada para o esporte, com o objetivo de apresentar projetos incentivados atendendo a população de forma gratuíta.
AC: Quais são suas expectativas para o Projeto?
Floriano: Este projeto aprovado através da Lei do Incentivo ao Esporte (Lei nº 11.438, de 29 de dezembro de 2006 e decreto nº 6.180, de 3 de agosto de 2007) no valor aproximado de R$3 Milhões entrou na fase de captação de recursos para poder ser iniciado (é necessário o mínimo de 20% do valor total do projeto em recursos captados).
Até o momento captamos R$200 Mil com um cartório do 2º Óficio de Justica de Nova Iguaçu e com a Universidade Estácio de Sá.
Sabemos a situação em que o país se encontra, mas acreditamos que o apoio do governo através da Lei que possibilita às empresas destinar até 1% e às pessoas físicas até 6% do seu respectivo imposto devido, fará com que nos próximos meses alcançemos o valor mínimo para iniciar o projeto.
Seguiremos com a busca por captação de recursos, visando cumprir tudo o que foi aprovado no projeto pelo Ministério do Esporte.
AC: E para os futuros atletas? O que eles podem esperar do VDCEV?
Floriano Salvaterra: Os atletas contarão com
– Aumento do nº de técnicos e auxiliares e melhoria em suas qualificações, potencializando os resultados;
– Renovação do material esportivo do clube e dos atletas (rede, bolas, tenis, joelheiras etc);
– Através da bolsa-atleta haverá ajuda a jovens em vulnerabilidade social resultando em aumento de atletas da baixada e comunidades;
– Integração de jovens de diferentes classes através do esporte;
– Viabilização de projetos de vida.
AC: Deixe aqui suas considerações finais e contatos para aqueles que queriam colaborar.
Floriano Salvaterra: Importante apenas concluir com o porquê de termos escolhido o Voleibol.
É o esporte favorito entre os esportes olímpicos. O clube tem o foco em multiplicar os resultados alcançados até aqui, bem como atender mais crianças das comunidades e da baixada integrando-as e oferecendo um futuro possível ligado ao esporte.
Ouça, clicando a imagem abaixo, a entrevista de Floriano Salvaterra sobre este importante projeto para a equipe do RESENHA 37 :