Sabrina Petraglia relembra a personagem de ‘Haja Coração’
A vida nunca foi fácil para Shirlei (Sabrina Petraglia). A filha caçula de Francesca (Marisa Orth), que ajuda a mãe com a venda de frutas na feira, sofre com a falta de autoestima. A dificuldade de locomoção a deixa extremamente insegura e, em função disso, ela tem problemas para se relacionar. Shirlei sempre conviveu com o bullying principalmente dentro de casa, já que a irmã Carmela (Chandelly Braz) faz questão de lembrá-la a todo momento sobre sua condição. A personagem tem um sabor especial para Sabrina Petraglia.
“Shirlei foi bastante desafiadora para mim. Um trabalho de muita entrega e pesquisa. Fiz uma preparação corporal, porque ela tinha uma dificuldade para se locomover, então, precisava entender o meu corpo para naturalizar aquele gesto em cena”, recorda.
Shirlei conquistou uma legião de fãs e grande torcida para que ela encontrasse a felicidade ao lado de Felipe (Marcos Pitombo). O casal Shirlipe (shipper de Shirlei e Felipe) dominou as redes sociais desde a primeira cena. “É uma história de amor muito bonita. Praticamente um conto de fadas. O que os une é o amor sem querer nada em troca. As pessoas se identificam com esse amor, com a cumplicidade que existe entre eles”, acredita Sabrina.
Mas, até encontrar esse verdadeiro amor, Shirlei terá de passar por muitas provações. Em mais uma das armações de Carmela (Chandelly Braz), ela aceita sair com Adônis (José Loreto) e se enche de esperanças. Mas nada sai conforme o planejado e Shirlei é novamente humilhada. Justamente naquela que seria a pior noite de sua vida, a jovem acaba cruzando o caminho de Felipe.
No quase atropelamento, Shirlei perde uma de suas botas ortopédicas, que fica presa no bueiro. Felipe observa a cena de longe e tenta alcançar a jovem para devolver a bota. A partir daí, muitos acontecimentos estão previstos na trama até que o casal Shirlipe consiga o final feliz.
Entrevista com Sabrina Petraglia
Qual foi a sua reação ao saber do retorno de ‘Haja Coração’?
Eu fiquei muito feliz porque é uma novela bastante especial para mim. Tenho uma gratidão enorme ao Daniel (Ortiz, autor) que me confiou a Shirlei, uma personagem difícil e importante para a história. Foi uma trama cheia de acontecimentos, reviravoltas, amor e comédia. Um novelão mesmo.
O que a Shirlei significa dentro da sua trajetória profissional?
É uma personagem muito importante! Ela foi bastante desafiadora para mim, de muita entrega. Fui pesquisar sobre a deficiência dela, entender o meu corpo para viver a Shirlei. Um papel que exigiu de mim. E foi muito gostoso ver o carinho e torcida do público. As pessoas queriam que ela fosse feliz. E, quando a gente alcança o coração de quem está do outro lado da TV assistindo, é muito gratificante.
Como foi o seu trabalho de composição para este trabalho?
Eu fiz laboratório, conversei com meninas que tinham algum tipo de deficiência e até hoje a gente se fala através das redes sociais. Fiz uma preparação corporal, porque a Shirlei tinha uma dificuldade de locomoção, então, precisava entender o meu corpo para naturalizar aquele gesto em cena. E foquei muito no texto do Daniel Ortiz.
Que lembranças você tem da época das gravações? Alguma história de bastidor marcante, engraçada?
Era uma novela gostosa de fazer. Um clima muito bom. Acho que o mais engraçado, para mim, foi a torcida que surgiu entre a Shirlei e o Felipe (Marcos Pitombo). E a confusão que as pessoas faziam nas redes sociais torcendo para que a gente fosse um casal de verdade (risos). Gente, eu sou muito bem casada (risos). Pitombo se tornou um grande colega e um cara que eu adoro trabalhar e que fiquei feliz demais em reencontrar em ‘Salve-se Quem Puder’.
O casal Shirlipe foi um dos grandes destaques da novela e despertou uma legião de fãs. A partir de hoje o público vai rever essa história. Por que você acha que foi tão marcante?
Até hoje recebo mensagens dos fãs de Shirlipe. É uma história de amor muito bonita. Praticamente um conto de fadas. E são dois personagens muito queridos. São exemplos de bom caráter, de humanidade… E o que os une é o amor sem querer nada em troca. E isso é muito bonito. As pessoas se identificam com esse amor, com a cumplicidade que existe entre eles.
Na ocasião da exibição de ‘Haja Coração’ você imaginava tamanha repercussão?
Não esperava! Shirlei era uma personagem que tinha feito muito sucesso em ‘Torre de Babel’ e o Daniel a trouxe de volta. Mas, mesmo assim, não dá para prever um sucesso. A gente trabalha e se entrega para fazer o melhor, mas existem mil coisas que influenciam. Mas a trama dela foi muito bem conduzida. Eu percebi quando as pessoas começaram a me chamar de Shirlei na rua, as crianças… E isso aconteceu rápido. E, logo depois, surgiu o frenesi do Shirlipe. Aí eu entendi que o público tinha comprado a história deles.
A que você atribui o sucesso de Shirlipe?
Ao texto do Daniel (Ortiz, autor). A direção do Fred (Mayrink, diretor artístico), porque ele é um diretor que conduz os atores em cena, que sabe o que quer. E a sintonia que eu e o Pitombo tivemos. Nós dois queríamos muito contar a história daquele casal, então, eram dois atores que estudavam muito as cenas, que chegavam prontos no set e muito dispostos a trocar em cena. E isso é fundamental no nosso trabalho.
Em ‘Salve-se Quem Puder’, você e o Pitombo repetem o par romântico. A torcida pelo casal nesta novela é herança de Shirlipe?
Ah, eu acho que existia sim uma turma órfã de Shirlipe que torce também pela Micaela e Bruno. E é legal, porque, apesar de serem personagens diferentes, o que os une também é o amor. E mesmo com todas as diferenças que os separam, o sentimento é mais forte.
Que aprendizados e descobertas você acumulou neste período de quarentena?
Descobri o quanto é importante estar perto de quem a gente ama e que nada substitui o abraço de quem amamos. Tenho muita sorte por ter podido passar esse tempo em casa, com meu marido e filho, sem nos faltar nada… A realidade da maioria dos brasileiros não foi essa e isso mexeu muito comigo. Tenho dado valor às pequenas coisas do dia a dia. E tento tirar algo positivo até mesmo num cenário como esse. Para mim, eu pude acompanhar de perto toda a evolução do meu filho e isso foi bem especial. Quero guardar esse momento com essa lembrança dele dando os primeiros passos e falando as primeiras palavras.
Quais são seus planos para o futuro?
Bom, acredito que meus próximos meses serão bem intensos (risos). Estou no final do sétimo mês de gestação da Maya. Minha menininha está chegando e terei que me desdobrar, já que o Gael só tem um aninho. Eu e Ramón (marido) já estamos nos organizando para essa nova fase. Eu estou muito feliz. A gente já queria um segundo filho, mas a Maya veio antes do esperado (risos). E foi uma surpresa maravilhosa. Quero ficar os primeiros meses cuidando dos dois, adaptando o Gael à chegada da irmãzinha, depois voltar a trabalhar, porque amo a minha profissão.