“Cursed – A Lenda do Lago”: Série tinha um grande potencial, mas cansa por conta de dificuldade de foco e roteiro lento

“Cursed – A Lenda do Lago” tem como objetivo pré-estabelecido repensar a história clássica e já tão utilizada do Rei Arthur, desta vez, pelo ponto de vista da Dama do Lago (Katherine Langford), uma adolescente que tem um grande poder, no qual ela ainda não tem total controle.

A proposta da série é bastante interessante, porém seu maior problema é o desenvolvimento da história em 10 capítulos de aproximadamente uma hora de duração cada. O plot principal – que seria a entrega da espada – fica sempre em segundo plano, por conta da adição abrupta de novos enredos sem sentido à trama.

Desta forma, o ritmo acaba ficando cansativo demais e a falta de interesse por meio do espectador torna-se previsível. Muito tempo de tela é gasto tentando resolver os diversos conflitos criados do nada, além de introduzir personagens que não fazem a mínima diferença na trama – o que acaba por tirar tempo de tela de personagens realmente importantes, impedindo-os de crescer na trama.

Foto Promocional da série “Cursed”. Foto: Divulgação/Netflix

O que é uma pena, pois a série tem personagens bem interessantes e um elenco com bons nomes, mas infelizmente são mal utilizados. A própria Katherine mostra um esforço para tornar sua personagem grande e lendária, entretanto o enredo não a favorece, afinal a falta de foco prejudica todo e qualquer personagem. O mesmo acontece com Gustaf Skarsgard, – um dos melhores atores do elenco, que não tem espaço suficiente – sem falar de Devon Terrell e Daniel Sharman que de início mostram personagens fortes, mas que com o decorrer dos episódios minguam bastante.

A série tinha tudo para ser uma das melhores da Netflix. A fotografia, efeitos especiais e ambientação é realmente bem convincente. Mas os graves problemas de roteiro, a dificuldade de focalizar e a criação de inúmeras tramas subsequentes desperdiçam todo um potencial que ela poderia ter.