O ESCÂNDALO: MULHERES PLURAIS EM UMA SÓ VOZ

Recebendo indicações nas principais premiações do cinema mundial, incluindo Globo de Ouro e Oscar, O Escândalo (Bombshell) é a produção da Lionsgate com distribuição no Brasil realizada pela Paris Filmes, que vem trazendo pras telonas um dos casos mais polêmicos de assédio sexual da mídia.

O filme mostra, pelo ponto de vista de três mulheres: Megyn Kelly (Charlize Theron), Gretchen Carlson (Nicole Kidman) e Kayla Pospsil (Margot Robbie), o caso das denúncias de assédio sexual que caiu sobre os ombros do CEO da Fox News em 2014, Roger Ailes (John Lithgow).

A personagem de Kidman toma o primeiro passo e denuncia Ailes, enquanto, no desenrolar da história, mais mulheres se juntam à ela em seus relatos e mais nomes, de vítimas e culpados, aparecem.

Não é atoa que o filme está sendo aclamado por crítica e público: a forma com que é retratado o feminismo demonstra uma abrangência e mostra o impacto realista do assédio, uma das principais pautas e lutas do movimento, na vida de mulheres reais.

O grande interessante do filme, é ver que mesmo tendo idades diferentes, experiências diferentes, cargos, crenças, posições políticas… Enfim, mulheres completamente diferentes, juntas, lutando por algo que é incômodo à todas: o assédio no ambiente de trabalho. Tal abrangência de mulheres dentro do movimento feminista é muito pouco vista sendo tão bem retratada em Hollywood.

A trama também abrange uma questão que é pauta e consequência nos dias de hoje: a atual presidência dos EUA, na época da eleição de Trump. A Fox News é um dos mais famosos e mais influentes canal de notícias do mundo, além de ser de vertente conservadora. Dessa forma, o longa tanto mostra como acontece toda essa influência no pensamento popular, quanto nos leva à uma reflexão de que tipo de líderes, que não fazem questão de esconder seus machismos, sexismos e misoginias, estamos elegendo.

Com um toque final, como a cereja de um bolo, o diretor Jay Roach e o roteirista Charles Randolph ainda botam o telespectador para pensar em como o problema é estrutural, e em como há ainda muito mais a ser feito para mudar toda essa situação.

De todas as indicações à prêmios que o filme recebeu, a maioria foi direcionada ao elenco, em especial à Theron e Robbie, como melhor atriz e melhor atriz coadjuvante, respectivamente, mais que merecidas, devo dizer. Nicole Kidman ficou um pouco esquecida nas indicações, o que não diz absolutamente nada sobre sua ótima atuação. Até personagens secundários como Jess Carr, de Kate McKinnon, Lily Balin de Liv Hewson e Julia Clarke de Brigette Lundy-Paine cativam e não passam despercebidas.

A preocupação com o visual do filme também foi levada bastante à sério, e obteve sucesso. Todo o jogo de câmera e a vertente política lembram um pouco Vice (McKAY, 2019), e o filme já levou para casa o prêmio de melhor cabelo e maquiagem do Critics’ Choice.

CONFIRA O TRAILER DO FILME:

 

 

 

 

NOTA :9

STEPHANIE MIRANDA

 

 


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Author

Carioca, 20 anos, estudante de engenharia, colecionadora de canhotos de ingresso de cinema e apaixonada pela Sétima Arte. Seja na telinha do meu celular ou nas telonas dos cinemas, assistir filmes é uma verdadeira paixão. Pra mim, cinema é uma das mais belas formas de arte. O modo como integra todas as outras artes é simplesmente mágico, como me faz viajar e me teleporta para outras realidades, como me envolve, me intriga, me emociona... Seja sozinha ou com amigos, cinema é sempre uma boa opção pra sair, mas se o assunto é ficar em casa, por que não maratonar aquela série? Tenho aqui no ArteCult a chance de compartilhar minhas impressões sobre um pedaço desse mundo maravilhoso e, assim, espero poder fazer vocês sentirem um pouco do que senti, e também sentir um pouco do que vocês sentiram.

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