MINHA MÃE É UMA PEÇA 3: Uma comedia hilária para ver com sua mãe

 

Mais uma vez, o humorista Paulo Gustavo (da serie “Vai que Cola”) volta a incorporar a dona Hermínia, no terceiro filme baseado em sua obra, que é baseada em seu relacionamento com sua mãe. Nesse terceiro capítulo da história da mãe mais sem noção do Brasil, a diretora Susana Garcia (“Minha Vida em Marte”) aborda um tema que mais uma vez faz parte da vida de todas as mães do mundo, que é ver os filhos criarem suas próprias famílias a seu modo e, é claro, isso é contado da forma mais exagerada e cômica possível, já que os filhos em questão são os da dona Hermínia, Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier), que após terem saído de casa no filme anterior, dão um passo adiante em suas vidas.

Depois de receber a notícia do casamento de seu filho e da gravidez de sua filha, Dona Hermínia faz tempestade em copo d’água, reagindo da forma mais exagerada e absurda possível, o que é engraçado devido à naturalidade do ator, à dedicação e ao carinho que Paulo tem pela personagem. As reações escandalosas dela ao receber uma notícia surpreendente ou se encontrar numa situação totalmente descontrolada, embora sejam de fato escandalosas, o roteiro coloca em gestos físicos o que muitas mães podem sentir nessas mesmas situações, já que como foi mostrado no filme anterior, e é repetido sem necessidade nesse novo filme, é difícil para uma mãe ver o filho crescer.

O humor irritante de Hermínia funciona bem, mas um dos problemas é a insistência de Paulo em ter que repetir a piada na mesma cena poucos minutos depois de já ter sido contada. Tirando isso, o restante das atitudes de Hermínia raramente falham, a colocando em várias situações em que o espectador já presenciou provavelmente em algum momento de sua vida. É bem difícil alguém ver o filme e não se identificar com alguma cena, contada de modo cômico e inesperado, já que ela é uma mulher que não esconde o que pensa e que fala tudo que vem pela cabeça m,esmo em momentos cruciais em que a compostura e a boa educação são essenciais para a situação. E a forma que o roteiro encontra um equilíbrio entre isso e a personalidade forte de Hermínia é criativa.

Mesmo se saindo bem no humor, quando o filme tenta ser um pouco mais comovente, a direção força um pouco e o roteiro acrescenta um flashback da infância dos filhos de Hermínia que, apesar de ter essa função mesmo de comover, não tem o efeito esperado devido ao modo que esse elemento é introduzido dentro da história . Outro momento de comoção introduzido é quando é mostrado os filhos de Hermínia criando sua própria família, e ele tenta interferir a seu modo, tem o choque de realidade que nem tudo dá para fazer a seu modo e, nesse caso, a diretora consegue criar um pequeno momento sensível que pode fazer muitas mães do cinema se emocionar. O problema desses momentos é que, logo em seguida, o roteiro já corta para outra cena cômica, cortando o clima emocional que foi bem construído, de forma brusca em vez de voltar para o humor devagar e com cautela.

Além do arco principal, a estrutura do roteiro também é composta por outros momentos de descontração de Hermínia, mostrando que ela tem seus momentos para si só, mas o problema é que estes acabam sendo episódicos e desnexos com o resto do filme, já que, tirando essa justificativa para a personagem, não apresenta nada de relevante para o resto do filme, mesmo trazendo alguns instantes mais engraçados.

Outros atores como Herson Capri, Alexandra Richter, Samantha Schmütz e Patricya Travassos retornam com seus personagens dos filmes antecessores, mas poucos também acrescentam nessa nova história. Mesmo não tendo uma presença tão forte, não são totalmente inúteis, tendo alguma função, hora ou outra, ajudando na locomoçãodda trama ou para preencher alguma lacuna dentro do contexto da narrativa.

O desfecho não é muito diferente dos outros dois filmes, basicamente com a protagonista deixando claro verbalmente todas as lições de vida que o filme passou, de um modo bem expositivo, só para tentar comover o público novamente, o que pode funcionar se a pessoa se identificar novamente com alguma das situações lembradas.

NOTA : 7

BRUNO MARTUCI

 

 

 

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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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