“O Amor é Um Segredo” está disponível nos aplicativos de música nesta sexta, 13 de dezembro, e em breve as nove faixas saem também em CD, com distribuição da Mills Records
“O Amor é Um Segredo – Zé Renato Canta Paulinho da Viola” – Ouça Aqui:
https://mills-records.lnk.to/ZeRenato
Emerge a beleza. Emerge a delicadeza. Da tristeza dessa cidade submersa do Rio de Janeiro, inundada por Paulinho da Viola em 1973 – e mergulhada por Chico 20 anos depois – é pelas mãos e pela voz de Zé Renato que a beleza e a delicadeza emergem. Um capixaba que já fez dessa cidade submersa seu lugar, de tanto que se fundiu a ela.
E quem dirá que beleza e delicadeza não são um veículo político, em uma cidade que, além de submersa, vê-se também soterrada pelo embrutecimento das relações e pela banalização da violência? Pois o cantar sereno, leve e preciso de Zé, se permitindo filtro da suavidade de Paulinho, talvez esteja entre o que há de mais necessário no momento. O código de uma tristeza tão ancestral quanto necessária.
“Optei por nove sambas, boa parte deles não tão conhecidos. Nas escolhas que fiz, há também uma explícita dose de tristeza – tristeza que, a meu ver, percebe-se nos mais lindos sambas que conheço. A tristeza é senhora, disse Caetano”. Assim Zé apresenta as canções de “O Amor É um Segredo – Zé Renato Canta Paulinho da Viola”. Um segredo que se decifra em símbolos desde a capa até a assinatura inconfundível de Paulinho nas melodias das faixas, representações metonímicas dele próprio, cada uma delas.
Foi pra preservar essa aura daviolesca que Zé gravou o disco em registro íntimo, com voz e violão gravados simultaneamente, sobre os quais alguns elementos pontuais foram inseridos, como o sax de Spok, em “Lua”, “Só o Tempo”, “Foi Demais” e “Para Um Amor no Recife”, o trompete de Fabinho Costa em “Cidade Submersa” e as percussões leves de Tostão Queiroga, presentes em quase todo o disco.
O novo trabalho de Zé Renato, produzido pelo próprio Zé em parceria com os irmãos Tostão e Lula Queiroga, expõe uma linhagem, uma genealogia, uma nobreza da leveza, que compreende a tristeza e a desilusão, mas é sempre capaz de lapidar a beleza e a delicadeza, outrora naufragadas nas próprias feridas, mas que Paulinho e Zé Renato são capazes de fazer emergir.
“Ou seja, o único jeito é entregar-se sem resistência e deixar-se levar pela tristeza. E assim deixei. Paulinho é um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos. Faz tempo que suas músicas ajudam a embelezar o repertório de inúmeros intérpretes. E agora, modestamente, chegou a minha vez”.
Para nossa sorte, Zé.
Por João Cavalcanti
FAIXAS
01. Um Caso Perdido (Paulinho da Viola) – Voz e violão: Zé Renato, Percussão: Tostão Queiroga
02. Sofrer (Paulinho da Viola / Capinam) – Voz e violão: Zé Renato, Percussão: Tostão Queiroga
03. Lua (Paulinho da Viola) – Voz e violão: Zé Renato, Sax barítono: Spok, Percussão: Tostão Queiroga
04. Só o Tempo (Paulinho da Viola) – Voz e violão: Zé Renato, Sax barítono: Spok, Percussão: Tostão Queiroga
05. Cidade Submersa (Paulinho da Viola), Voz e violão: Zé Renato, Trompete surdina: Fabinho Costa
06. Foi Demais (Paulinho da Viola / Mauro Duarte) – Voz e violão: Zé Renato, Sax barítono: Spok, Percussão: Tostão Queiroga
07. Vida (Paulinho da Viola / Elton Medeiros) – Voz e violão: Zé Renato, Percussão: Tostão Queiroga
08. Para Um Amor no Recife (Paulinho da Viola) – Voz e violão: Zé Renato, Sax tenor: Spok
09. Minhas Madrugadas (Paulinho da Viola / Candeia) – Voz, assovio e violão: Zé Renato
FICHA TÉCNICA
Produção musical: Zé Renato, Lula Queiroga e Tostão Queiroga
Gravado no estúdio Luni Áudio (Recife), em setembro de 2019
Técnico de gravação, mixagem e masterização: Paulo Germano Filho
Assistente de gravação: Tostão Queiroga
Produção executiva: Memeca Moschkovich
Projeto gráfico: Philippe Leon
Foto capa: Juarez Ventura
Independente / Distribuição física e digital: Mills Records