As temporadas de premiações sempre nos reservam algumas boas surpresas. Na temporada passada, Marina de Tavira não foi esquecida pela sua rica coadjuvante em Roma. Este ano, ao que tudo indica, quem não será esquecida é Jennifer Lopez, pelo seu papel de destaque, ainda que coadjuvante, em As Golpistas.
O filme é roteirizado e dirigido por Lorene Scafaria, que já foi responsável por “Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo” e “A Intrometida” . Entretanto é aqui, pegando uma história baseada em fatos reais, que a diretora e roteirista brilha.
A linha do tempo escolhida para contar o filme é perfeita! Difícil imaginar sendo contada de outro jeito, mas, quando ela opta por deixar com que Destiny (Constance Wu) conte a história para a jornalista que deu visibilidade à história, ela recorre a um apoio ótimo de alivio à sua montagem, fazendo com que o filme fique ainda mais fluído.
Para este feito, Lorene divide os atos de uma forma a criar o suspense somente quando é necessário, e resolvê-lo de forma sem alarde, respeitando o desenvolvimento que criou de suas personagens.
O primeiro ato se concentra em contar como eram os strip clubs antes da crise de 2008, que assolou o mercado financeiro dos EUA: CEOs, CFOs entre outros grandes executivos, gastando tubos de dinheiro para verem mulheres se despirem e dançarem para eles, aumentando a sensação de poder que estes já tinham.
Um percalço na vida de Destiny e a chegada da crise, marcam a transição para o segundo ato, que inicia com o que se tornaram as boates com a chegada da crise, passando para o que elas então passariam a fazer para continuarem a sustentar seu bom padrão de vida e independência.
O terceiro ato é o que envolve o suspense, criado a partir do segundo ato e que cresce pouco a pouco, até entendermos de fato o que aconteceu.
Uma das grandes virtudes do longa, e acredito que este mérito se deva por ter sido escrito e dirigido por uma mulher, é o de entender a vida das stripers e jamais julgar a atitude delas, nem quando elas de fato passam a ser golpistas. Para isso, inclusive, o filme nos brinda com frases memoráveis, todas de responsabilidade da riquíssima Ramona (Jennifer Lopez). Em um dos momentos, ela diz para a novata Destiny: “Todos querem estar no topo, onde não há consequências…” – parece familiar? Pois bem…
J-Lo, merece, inclusive um parágrafo à parte nesta crítica: Eu ainda estou na dúvida se Selena ou este seria o melhor papel de sua carreira. O que ela faz em cena é digno de todo reconhecimento e torço demais pela sua indicação ao Oscar.
A transição entre o drama, comédia, momento acolhedor, de entender o que todas aquelas garotas passam e querer que elas se sintam em família, enfim: é de uma realidade assustadora. Até agora a atriz já foi indicada a 14 prêmios dos críticos, tendo vencido 2, está com 1 segundo lugar e outros 8 pendentes de resultado. É a grande concorrente de Laura Dern (História de um Casamento), por hora.
Além de Constance Wu e J-Lo, temos ainda Lili Reinhart, no verdadeiro alivio cômico do filme, e Keke Palmer, completando o quarteto principal das Golpistas.
Este é aquele tipo de filme que te fará querer ouvir a playlist enquanto pesquisa melhor a vida das golpistas e o segredo para chegar aos 50 anos com o corpo sem defeitos da Jennifer Lopez.
Para quem ainda não viu o trailer:
NOTA: 9,0
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Bons filmes 😉
JOÃO FRANÇA FILHO (@CINESTIMADO)
ARTECULT – Cinema & Séries
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