Até agora, o pensamento clássico tem sido unidimensional, organizado de forma a uniformizar, linearmente, o entendimento. A escrita e a leitura ocidentais se ajustam ao padrão, ou vice-versa. O texto, seja didático, ficcional, científico não “deve” ser apresentado fora deste arquétipo, se a intenção é atingir o maior número possível de leitores.
Nos romances, mesmo naqueles com enredo histórico, os autores procuram ser fiéis ao seu tempo, praticar a linguagem o mais próximo da cotidiana. Se não, passam a ser considerados herméticos, elitistas ou chatos.
Mas, de, mais ou menos, 20 anos pra cá, diria que embaralharam as cartas. No mínimo, uma geração foi formada em coexistência com a internet. Os mais novos já nasceram digitais. A garotada não está nem aí pra leitura no padrão linear, o que, no fundo, é um proveito, já que a vida não é linear, o mundo nunca foi organizado em tomos, capítulos, ou o que seja.
A imagem e o som passaram a formar o texto junto às palavras que, por sua vez, vêm adquirindo formas diferentes para a mesma compreensão.
Uma nova língua? Nova forma de comunicação? O verdadeiro esperanto? Um novo paradigma, já que a avaliação profissional passa, agora, pela proficiência na internet?
O que intuímos, neste momento, é que estamos meio perdidos na encruzilhada de muitas vias, nós, educadores, escritores, editores e afins. A mudança é rápida, a adaptação costuma ser lenta. Mas não há volta e nem haverá estagnação.
Como disse Donna Alvermann, professora de linguagem e de educação para a alfabetização na Universidade da Geórgia, “os livros ainda não estão excluídos da parada, mas são apenas uma das maneiras de experimentar informação disponível no mundo atual”.
A indagação da turma ligada ao texto deve ser: se mudou a maneira de consumir, é preciso mudar a maneira de produzir e oferecer? A geração WEB já pensa, produz e compartilha em seu universo.
Quem puder e quiser, que corra atrás desse bonde. Que está viralizando…