Na 43ª Mostra Internacional de São Paulo, já podemos conferir o tão aguardado “Pacarrete”, o “Bicho-Papão” dos Festivais de Cinemas ao redor do mundo, que está arrematando muitos prêmios a partir das diversas indicações que recebe. Trata-se de uma obra-prima do cinema nacional, que possui como seu grande responsável o cineasta e diretor Allan Deberton, que encabeça o projeto e traz para as telonas uma homenagem através de uma personagem folclórica da sua região, situada no interior do estado do Ceará (Russas). Pacarrete é cultura, é arte e resistência. Confiram a nossa critica a seguir:
A rica trama imprime arte a todo instante em tela e possui uma interpretação magistral da grande atriz Marcelia Cartaxo, que dá vida à personagem principal.
“Pacarrete” é simbolicamente importante diante do atual contexto pelo qual nossa Sétima Arte está passando e nos traz em sua mensagem central uma sensibilidade indescritível. Trata-se de um ato de resistência e de reconhecimento à nossa rica cultura. Confira a nossa crítica a seguir.
O longa de Deberton se propõe a apresentar “Pacarrete” em três atos e desde o inicio já nos conectamos a mesma. O fato de ser repleta de originalidade em seu jeito de ser, na sua forma de falar, de encarar a vida, sua loucura, todos esses aprofundamentos só favorecem para nossa conexão àquele mundo e seus personagens.
Outra inspiração que nos traz em quase 1 hora e 40 min de exibição da trama, é a impressão de brasilidade, com a presença de muitas expressões regionais, homenagens à cultura francesa e, acima de tudo, a mensagem de “valorização da arte”.
Na história, somos convidados a conhecer a cidade de Russas, situada no interior do Ceará e que possui todas as características de uma cidade pacata interiorana. É lá que nos conectamos logo no inicio de exibição do filme, a flor maior da trama, “Pacarrete”, interpretada de maneira única e digna de indicação ao Oscar na categoria “Melhor atriz”, por Marcélia, dando a entender que a mesma seria uma professora de dança aposentada que morava na cidade grande (Fortaleza), mas que, para cuidar de sua adoentada irmã Chiquinha (Zezita Matos), precisou retornar e viver em Russas. Além de Chiquinha, a empregada da casa que a Pacarrete vive uma história de amor e ódio promovendo bons momentos em cenas através de seus diálogos, temos também a presença do grande confidente e amigo da Pacarrete, o Miguel (João Miguel). Todos estes personagens sustentam uma linda história repleta de detalhes e nuances.
Pacarrete possui um gênio bem difícil e é muito ativa, não pára em nenhum instante, vive brigando com quem passa na calçada, que só vive limpando. A população local a vê como louca, mas isso não a aflige em nada. Ela possui um grande sonho: apresentar seu balé para o povo de Russas durante a grande e esperada festa de 200 anos da emancipação da cidade. Mas nada pode ser feito de qualquer maneira, ela corre atrás para entregar um verdadeiro espetáculo, nos mínimos detalhes, como uma verdadeira estrela merece. Mas, a falta de interesse dos organizadores faz com que ela tome atitudes drásticas para conquistar o seu lugar na cultura local.
Será que ela consegue? Só posso dizer que o filme nos faz gargalhar a todo instante e te emocionar de uma maneira extremamente sincera.
O que potencializa ainda mais essa história são os detalhes que o diretor Allan acertadamente trabalha, seja na correta trilha sonora e como é alinhada aos personagens, seja na ótima fotografia ou nas atuações primorosas por parte do elenco principal. A alma do filme é a forma como Marcelia Cartaxo acha o tom de sua Pacarrete, acredito que a personagem homenageada no longa estaria orgulhosa do que é demonstrado em tela.
Confira o trailer:
Uma produção nacional que merece todos os aplausos por onde passar e que carrega cultura e arte em todos os seus elementos.
“Pacarrete” resiste e demonstra que existe sim obras de artes cinematográficas em nosso país! Viva Pacarrete! Viva Allan ! Viva Marcelia! Viva o Cinema Nacional!
“Pacarrete é forte como mandacaru!”
NOTA : 10
LUAN RIBEIRO
ARTECULT – Cinema & Companhia
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