O diretor Night Shyamalan une os acontecimentos e dois de seus filmes de destaque — “Corpo Fechado”, de 2000, da Touchstone Pictures e “Fragmentado”, de 2016, da Universal — em um novo e explosivo suspense dos quadrinhos: “Vidro” (“Glass”).
De “Corpo Fechado”, Bruce Willis retorna como David Dunn e Samuel L. Jackson como Elijah Price, também conhecido pelo pseudônimo de Sr.Vidro. Vindos de “Fragmentado” estão James McAvoy, reprisando o papel de Kevin Wendell Crumb e suas múltiplas personalidades, e Anya Taylor-Joy como Casey Cooke, a única sobrevivente de um encontro com a Fera.
Depois da conclusão de “Fragmentado”, “Vidro” mostra Dunn em uma série de encontros cada vez mais intensos com a figura super-humana conhecida como a Fera, uma das personalidades de Crumb. Enquanto isso, a presença sombria de Price surge como um orquestrador que guarda segredos críticos para os dois homens.
Completando o elenco estelar estão Spencer Treat Clark e Charlayne Woodard, de “Corpo Fechado”, que reprisam seus papéis como o filho de Dunn e a mãe de Price, assim como a vencedora do Globo de Ouro, Sarah Paulson (famosa pela série American Horror Story).
O instigante clímax dos sucessos mundiais é produzido por Shyamalan e Jason Blum da Blumhouse Production, que também produziu os dois filmes anteriores do autor/diretor para a Universal. Eles produzem novamente ao lado de Ashwin Rajan, Marc Bienstock e Steven Schneider, que atua como produtor executivo.
Uma produção da Blinding Edge Pictures e Blumhouse, Vidro (Glass) será lançado dia 17 de janeiro no Brasil.
REVIEW
O ARTECULT foi convidado para conferir em primeira mão esta tão esperada continuação. Desde a cena final de Fragmentado, a expectativa gerada era muito grande em torno do que estaria por vir.
O filme que chega a todos os cinemas brasileiros nesta quinta-feira 17/01 é realmente muito bom. Consegue até manter, em algumas cenas principalmente do seu primeiro ato, aquela clima de um de bom Thriller como, por exemplo, o de “O Silêncio dos Inocentes”. Aliás, mesmo clima também alcançado no segundo filme desta franquia, Fragmentado. Mas, infelizmente, não soube corresponder a toda esta expectativa e vou tentar explicar abaixo o porquê.
O Mr. Glass de Samuel L. Jackson está consistente e o ator mostra a que veio. Glass é mesmo o maestro da trama, com sua mente brilhante está sempre a um passo a frente e Jackson soube dosar as revelacões de cada camada deste incrível personagem e seus planos.
Já Willis como David Dunn está desta vez apagado (quase diria um tanto desmotivado), nada acrescenta ao enredo e a atuação de McAvoid como Kevin, apesar de mais está oportunidade com a complexidade deste super papel (pois na verdade, estamos falando da interpretação de dezenas de personagens), chega desta vez a incomodar um pouco, principalmente nas transições repentinas entre as diversas psiques com as quais Dennis convive.
Ouvi inclusive na saída da cabine de imprensa alguns comentários mencionando que isto estava quase cômico. Pode ser que padeceu com o mesmo mal de Ragnarok, ou seja, passou um pouco do ponto nestas transições de personalidade. Em Fragmentado estas transições entre as personalidades eram mais sutis, você conhecia as personalidades a cada cena, foi um grande momento na vida deste ator, sem dúvida nenhuma. Mas agora estamos falando de transições acontecendo em poucos segundos e a forma em que isto acontece realmente fica meio cômica em algumas cenas, engasgando como naquelas cenas em que o Dr. Jekill toma a poção antes da transformação em Mr. Hyde. Confesso que isto para mim quebrou um pouco a magia desta saga e desvalorizou este megavilão.
Conforme dito, mesmo trazendo alguns personagens chaves como Joseph, filho de Dunn (interpretado por Spencer Treat Clark) que aparece no primeiro filme e Casey (Anya Taylor-Joy), que sobreviveu ao encontro com a Fera no segundo, a atuação deste elenco meio que deixou a desejar.
VIDRO possuía um enorme potencial para explorar outras locações, mas suas cenas ocorrem em quase sua totalidade no hospital psiquiátrico para onde os três protagonistas são levados para serem tratados pela Doutora Ellie Staple (Sarah Paul).
Além disto, esperava um final mais avassalador.
Confesso que, por gostar bastante do universo dos quadrinhos, o final de fragmentado me provocou uma experiência única, gerando naquele dia uma enorme expectativa para este terceiro filme o que, infelizmente, não foi correspondida pelos motivos acima assinalados. Ficou então, no final, um gosto de quero – e queria mesmo – mais.
Entretanto, repito, não estamos falando de um filme ruim, muito pelo contrário. Vale o ingresso e fecha uma trilogia interessantíssima que homenageou o rico universo das HQs.
RAPHAEL GOMIDE
CONFIRA O TRAILER: