Bienal das Amazônias estreia na Bienal Kochi-Muziris, na Índia, com a exposição Força Interior

Obra na Bienal das Amazônias | Foto: Divulgação

 

Bienal das Amazônias

A Bienal das Amazônias participa pela primeira vez da Bienal Kochi-Muziris, em Kerala, na Índia, uma das maiores mostras de arte contemporânea da Ásia. A presença amazônica ocorre por meio da exposição Inner Strength (Força Interior), com curadoria de Keyna Eleison, reunindo cinco artistas e um coletivo que integraram a Bienal das Amazônias entre 2023 e 2024, em um diálogo que aproxima Amazônia e Ásia.

A articulação que tornou possível essa participação teve início em Belém, durante o 1º Encontro de Gestores Culturais Sul-Sul, promovido pela Bienal das Amazônias em novembro de 2024, no Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA).

O encontro reuniu representantes de países do Sul Global.

“Nossa articulação foi fundamental para que a Bienal das Amazônias agora esteja na Bienal Kochi”, afirma Keyna Eleison, diretora de pesquisa e conteúdo da Bienal das Amazônias.

Força Interior responde ao gesto curatorial da bienal indiana, que propõe o “por ora” como tempo, método e ética do processo. A exposição adota o “brotar” como linguagem — não como metáfora, mas como ação.

“Trata-se de um processo vivo, situado entre o visível e o invisível, entre o que já foi e o que ainda está em formação, evocando um tempo lento, silencioso e contínuo de transformação”.

A imagem central da exposição é a semente da manga brotando. A manga, fruto que conecta simbolicamente Índia e Brasil, Kochi e Belém.

“Com a manga a gente se alinha com a possibilidade de se unir à Índia”, explica a curadora.

Originária do subcontinente indiano e trazida ao Brasil durante o período colonial, a fruta surge como signo de deslocamento, memória e recomeço. Sua imagem aberta e exposta revela o gesto íntimo da transformação:

“o que parece fim se afirma como início”.

“Reunimos aqui artistas, pensamentos e práticas que funcionam como sementes: não para ocupar, mas para transformar o solo. Para fertilizar o comum. Para criar novas gramáticas do visível e do sensível”, explica Keyna sobre os artistas convidados.

São eles: Nay Jinknss, Jenoveva Arirepia, Rona, Claudia Casarino, Armando Queiroz e o coletivo LkProd, em uma apresentação que reafirma a potência da produção artística amazônica no circuito internacional contemporâneo.

 

SERVIÇO:

Bienal Kochi-Muziris

  • Data Abertura: 12 de dezembro de 2025
  • Término: 31 de março de 2026.
  • Duração: 110 dias.
  • Locais: Fort Kochi, Mattancherry e Ernakulam, na Índia.

 

Author

Chris Herrmann é escritora/poeta, musicista, musicoterapeuta, editora e webdesigner teuto-brasileira, nascida no Rio de Janeiro. Estudou Literatura na UFRJ, Música no CBM e pós-graduou-se em Musicoterapia na Universidade de Münster, Alemanha. Tem 13 Livros publicados (poesia contemporânea, haikai, romance, contos e literatura infantil); bem como participação e organização em inúmeras coletâneas de poesia no Brasil e exterior. Recebeu diversas premiações ao longo dos últimos 20 anos, como escritora, poeta e webdesigner. É editora-chefe da revista eletrônica Ser MulherArte e curadora do Sarau da Varanda (presencial, na Tijuca/RJ).

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