
Coluna de Chris Herrmann

Arte digital: Chris Herrmann
No balanço do tempo, eu me empurro para o alto – e cada flor que nasce em mim acende um pequeno horizonte em algum lugar do cosmos.
BALANÇO
o tempo
que te balança
é um lugar seguro
uma brincadeira
de criança
onde a tua sombra
despida de vaidades
descansa
BALANÇO INTERNO
no fim do ano
eu me revisito:
piso nas horas gastas,
escuto silêncios antigos,
cheiro as perdas que ficaram
entre uma página e outra.
há um perfume de recomeço
quando reviro minhas sombras —
elas já não pesam tanto.
descubro que sobrevivi
aos dias tortos,
e isso, por si,
é conquista que insiste em ser
luz no infinito.
BALANÇO DAS MARÉS
passo o ano a limpo
como quem observa o mar
recolher o que não serve
e devolver apenas o essencial.
as marés me contam
que nada permanece imóvel:
nem a dor,
nem o brilho,
nem o que julguei perder.
deixo que o tempo
me escreva outra vez
com letras mais brandas,
até que o coração aceite
que cada passagem
guarda um segredo
de voltar a ser
inteira, sem ruído.

Autora: CHRIS HERRMANN
Todas as publicações da coluna ChrisTal de Poesia:
https://artecult.com/category/literatura/ChrisTal-de-Poesia

Coluna de Crônicas de Thereza Rocque da Motta

Confira as colunas do Projeto AC Verso & Prosa (@acversoeprosa):
com César Manzolillo













