Essa coluna é democrática

Grand Guignol e o Teatro “Trash” no Centro do Rio

O Grand Guignol era um pequeno teatro na região de Pigalle, em Paris, que funcionou entre 1867 e 1967, colocando no palco histórias de susto, perigo, horror, morte, fantasmas e outros temas sombrios. A sala era frequentada por muitos famosos e, dizem, era comum assistir a pelo menos um ou dois desmaios por sessão.

E se por aqui temos teatro da Broadway, temos também o nosso teatro “trash”.

Dizer que gosto seria mentira, mas há quem goste — e isso é o suficiente. As pessoas estavam lá, cadeiras ocupadas, mesmo em um espaço pouco acolhedor. É preciso subir escadas, não há bancos acolchoados, mas há direção de Márcio Nascimento em um dos espetáculos — e, claro, ficamos de queixo caído com o trabalho desse profissional, que considero o melhor artista de teatro de animação do país.

Também no elenco está Hugo Germano, imenso em cena, e, para minha surpresa, Dulce Pena — uma atriz que eu ainda não conhecia. Dulce é, sem exagero algum, uma intérprete de alta patente. Que felicidade poder tê-la visto atuar.

Onde acontece?

Era uma casa muito engraçada.
Não tinha teto, mas tinha um palco.
Não tinha teto, mas tinha público e diversão.

Assim era o Teatro do Saara, empreendimento aberto em 2017 por um grupo de aventureiros teatrais que transformaram as ruínas de um antigo prédio em um espaço cultural no Largo de São Francisco. Foram quase 250 apresentações de espetáculos curtos, assistidos por mais de 3.500 espectadores.

Oito anos depois, a equipe está de volta — de 11 de agosto a 15 de novembro — com a mesma proposta. Agora batizado de Teatro a Varejo, o projeto oferece lazer de qualidade no centro da cidade, no horário do almoço, sem que o público precise se planejar.

Entre os cinco espetáculos da programação, simpatizei com “O Sequestro no Trem Fantasma”.

Sinopse

Após um misterioso sequestro nas imediações da Praça Tiradentes, um famoso Trem Fantasma é obrigado a permanecer fechado por meses, até ter a chance de reabrir suas portas com um número musical estrelado por seus sinistros e excêntricos integrantes: Medalhão, o bate-bola sem pernas; Aranha, a siamesa de garras envenenadas; Peludo, o homem-cão; e Morta, a amorosa sem dedos.

Durante o ensaio para o grande dia de reabertura, revelações bombásticas transformam o Trem Fantasma num campo de batalha — onde a verdade pode doer… ou virar canção.

A montagem apresenta um texto inusitado de Luciana Zule e figurinos criativos de Francisco Leite.

 

SERVIÇO

O Sequestro no Trem Fantasma”.

De 11/08/2025 a 15/11/2025
CCC – Centro Cultural Carioca
Rua Sete de Setembro, 237 – Centro, Rio de Janeiro

Segunda a quinta: 12h15, 13h15 e 14h15
⏱️ Duração: 30 minutos
️ Ingresso: R$10 (inteira) / R$5 (meia)

Paty Lopes (@arteriaingressos). Foto: Divulgação.

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Author

Dramaturga, com textos contemplados em editais do governo do estado do Rio de Janeiro, Teatro Prudential e literatura no Sesi Firjan/RJ. Autora do texto Maria Bonita e a Peleja com o Sol apresentado na Funarj e Luz e Fogo, no edital da prefeitura para o projeto Paixão de Ler. Contemplada no edital de literatura Sesi Fiesp/Avenida Paulista, onde conta a História de Maria Felipa par Crianças em 2024. Curadora e idealizadora da Exposição Radio Negro em 2022 no MIS - Museu de Imagem e Som, duas passagens pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com montagem teatral e de dança. Contemplada com o projeto "A Menina Dança" para o público infantil para o SESC e Funarte (Retomada Cultural/2024). Formadora de plateia e incentivadora cultural da cidade.

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