
Ano Novo Chinês | Foto: National Geographic
Culturas, Identidades e Escolhas: um rasante nas existências humanas através de algumas de suas festas e tradições – parte 5
Culturas e festas culturais nos BRICS: África do Sul, China, Índia e Rússia
Não foi o conflito de opiniões que tornou a História tão violenta, mas sim, a fé nas convicções.
Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900), filósofo, filólogo e poeta alemão
O que são fatos diante de minhas interpretações? E o que significam novas interpretações perante as convicções alheias? Fatos são como sujeitos teimosos, não admitem contestações; são o que são, ainda que não tenhamos acesso real à sua integralidade pra afirmarmos que, com certeza, estamos diante de um fato inquestionável. E como isso acontece! Daí a importância das interpretações que, por óbvio, ganham ainda mais relevância, na medida de nossa maior capacidade interpretativa. Interpretações sobre os fatos, ou sobre o que conseguimos apreender como fatos, posto serem subjetivas, ainda que os sujeitos em questão sejam “sujeitos coletivos” são, deste modo, mutantes. Todos têm direito às suas próprias interpretações, mas não obrigatoriamente, aos seus próprios fatos. Exemplo, se o seu time de futebol foi campeão, isso é um fato; mas muitos podem achar que o melhor time do campeonato não foi o campeão, mas sim o vice-campeão. Isso acontece, já aconteceu muito, mas talvez os torcedores do time campeão contestem esta interpretação, afirmando que o campeonato foi merecido ou que o melhor time é o que ganha ou… enfim, esgrimindo vários argumentos, não necessariamente incontestáveis, perante a incontestabilidade do fato de que, melhor ou não tão bom quanto o vice (ou outro time que sequer à final chegou), o campeão foi o seu time. Trazendo este raciocínio para a temática desta sequência de artigos sobre culturas, identidades e escolhas e partindo, não apenas dele, mas também da frase em epígrafe, como mostrou Nietzsche, convicções, se não forem trabalhadas internamente por quem as têm, de modo a fazer delas um guia reflexivo mutável, no lugar de uma âncora que, ao invés de estabilizar o barco, o afunda, de tão pesada, tornam-se incrustações engessantes e alienantes. As culturas servem, pois, dentre outras funções, para reforçar nossas identidades e remodelar nossas escolhas, pelo sensível e pelo desenvolvimento de novas formas de pensar a vida e o mundo. O que modela a identidade dos países originários do bloco geopolítico do BRICS (Brasil, já visto, Rússia, Índia, China e África do Sul), que pode, a depender de como seguirão os acordos, ser um dos pólos de poder do mundo? Vejamos um pouco esta resposta, sob o prisma de algumas de suas festas culturais.
África do Sul (algumas comemorações)

Festival de Música na Cidade do Cabo | Foto: Panrotas
Alguns dos festivais mais tradicionais da África do Sul são os abaixo listados.
1 – Festival Internacional de Música Africana
Realizado em Joanesburgo, é um sistema de troca cultural com músicas, danças e oficinas culturais, como as gastronômicas. Não tem um período certo para acontecer, sendo realizado ao longo de todo ano e composto por pequenos outros festivais, como o Afro Nation.
2 – OppiKoppi Festival
Criado em 1995 como um festival de rock and roll, foi sendo transformado em todos os estilos musicais. Acontece uma vez por ano, no mês de agosto na província de Limpoo. O nome do festival “OppiKoppi” em Afrikaan (língua local, derivada do holandês, com certa mistura do inglês) quer dizer “na colina” (é sempre realizado no “pé” de uma montanha da região).
3 – Festival de Artes Nacionais
Baseado em exposições de artes plásticas e cênicas, que acontece na cidade universitária de Grahamstown, com duração de 11 dias, sempre entre a última semana de junho e a primeira de julho.
4 – Festival de Filmes Sul Africanos
Acontece nas cidades de Durban e de Cape Town, no mês de julho.
5 – Dia dos Direitos Humanos
É comemorado em 21 de março, quando é comemorado pelo fim do regime político-segregacional do Apartheid, não apenas instituído, mas institucionalizado em 1948, como sistema oficial de governo, em que os negros eram dominados pelo Africaners, brancos descendentes de europeus (basicamente Holandeses, Alemães e Franceses). Este regime caiu, felizmente, em 1994. Neste feriado, há várias celebrações e passeatas por todo o país, quando o antigo regime é lembrado e discutido por todos, além das comemorações por seu fim.
6 – Dia da Liberdade
Até 1944, a população sul africana não tinha o direito, até então, de escolher seus líderes, não havia eleições, ao menos, não para os negros; o dia 27 de abril de 1994 foi a primeira eleição livre, para todos, no país e por esta razão, é comemorado, neste dia, o Dia da Liberdade: foi o dia em o sul africanos elegeram Nelson Mandela, recém saído de 27 anos de prisão pelo governo do Apartheid; é quando lembram e reivindicam oportunidades de igualdade, respeito e dignidade para todos.
7 – O Festival da Baleia
É realizado na cidade de Hermanus e por isso, é também conhecido como o “Hermanus Whale Festival”, com festejos com música e gastronomia. É comemorada a vida e preservação da fauna marinha, especialmente das baleias e seu retorno à Baía de Walker, porque é nesta cidade pode-se ver muitos mamíferos como esses no litoral. Também se comemora a chegada da primavera. Esta festa se acontece em setembro e dura 3 dias.
8 – Afrikaburn
Festival de artes plásticas, músicas e performances, que acontece no final do mês de abril, tão variados, inclusive ao longo dos anos, que é tido como um festival mutante, dando-lhe uma “cara nova” a cada ano. Uma característica desse festejo é que tudo o que se leva para as comemorações, tem que ser levado de volta, até mesmo o lixo que se produziu durante o evento.
9 – Festival Nacional de Artes Klein Karoo
Acontece desde 1994, com muita exposição da arte e da cultura Africâner, que tem lugar na cidade de Oudtshoorn, sempre no final de março ou, no máximo, no começo de abril e dura 8 dias.
10 – Festival Internacional de Jazz da Cidade do Cabo
Sendo uma das tradições da África do Sul, vindo da cultura europeia, este é um importante festival local realizado desde 2000 é um dos maiores festivais de jazz do mundo.
11 – Mandela Day ou Dia Internacional de Mandela
Nelson Mandela (1918-2013), que ficou preso por 27 anos, foi um líder sul-africano da luta contra o regime de discriminação racial e social chamado Apartheid que vigiu no país de 1948 a 1994, dentre outros líderes, como o arcebispo católico Desmond Tutu, ambos vencedores do Prêmio Nobel da Paz; o dia foi instituído pela ONU no dia 18 de julho, quando Mandela nasceu. Mandela virou um símbolo mundial de luta por boas causas e chegou à presidência da África do Sul, em processo parecido ao ex-guerrilheiro uruguaio José “Pepe” Mujica, que também chegou à presidência, tendo passado 14 anos como preso político, como Mandela.
Sítios consultados:
- https://optimaintercambio.com.br/blog/curiosidades/festa-africana-festivais-famosos-africa-do-sul
- https://blog.fluencypass.com/festas-tradicionais-da-africa-do-sul/
- https://africadosul.org.br/
China (algumas comemorações)

Festival das Lanternas na China | Foto: TV BRICS
Os principais Festivais Chineses são: Festival da Primavera; Festival das Lanternas; Festival Sheri; Festival Shangsi; Festival da Comida Fria; Festival Qingming; Festival do Barco do Dragão; Festival Qixi; Festival Zhongyuan; Festival da Lua; Nono Festival Duplo; Festival Xiayuan; Festival do Solstício de Inverno e Véspera de Ano Novo, dentre muitos outros. O chinês é um povo muito festivo. Vejamos alguns deles, com um pouco de vagar.
1 – Ano Novo Chinês ou Festival da Primavera
Esta festa, que foi iniciada a uns 3 mil anos na Dinastia Shang, dura aproximadamente 15 dias e celebra o Ano Lunar chinês, é comemorada em todo o país, com muita música, comida tradicionais e decorações coloridas nas casas e com desfiles de vários carros alegóricos, de modo similar ao Carnaval carioca. O ano novo chinês vem de cerimônias de sacrifícios da época das dinastias Yin e Shang (século 16 – século 11 a.C.) e existem muitas lendas sobre sua origem. Por exemplo, a festa teria sido iniciada por conta de um monstro chamado Nian (Ano) que saía para ver a Terra às vésperas do Ano Novo Lunar e aterrorizam as pessoas, além de destruir cidades, por isso as decorações são, basicamente, feitas com cores vermelhas, para lembrar o fogo deste dragão.
2 – Festival das Lanternas
Acontece no décimo quinto dia do Ano Novo Lunar, quando as crianças brincam com lanternas artesanais de papel que, por sua vez, também decoram as casas; as famílias se reúnem para comer, dançar e fabricar mais lanternas, juntos. Esta é uma festa iniciada no período da Dinastia Han, a partir de Monges Budistas que penduravam lanternas artesanais em homenagem à Buda. O que mais se come nesta festa é o “Tangyuan” (bolinha de arroz recheada com frutas e nozes ou gergelim e cozidas). No tocante aos balões, é uma festa similar ao nosso antigo São João (quando balões eram permitidos).
3 – Festival da Lua
É similar ao “Dia de Ação de Graças” do Ocidente; é comum as famílias se reunirem para soltar fogos de artifício e lanternas, além de saborear o “Yue Bing” (tortinha da Lua); iniciado na Dinastia Zhou.
4 – Festival do Barco do Dragão ou da Pamonha
Comemorado na China há mais de 2 mil anos, oferece como principal iguaria uma pamonha de arroz, envolva em folhas de bananeira, recheada com os mais variados tipos diferentes de temperos e recheios. É uma festa também popular no Japão, na Malásia, em Singapura e no Vietnã. É considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura). Dizem que a origem dos festejos veio com a história de vida do poeta Qu Yuan que, contrariado com o Rei de então, jogou-se no rio para morrer, mas seus amigos pescadores foram resgatar seu corpo e, para que ele não fosse comido pelos peixes, jogaram na água, pamonhas de arroz.
5 – Festival Qing Ming ou Limpa Túmulos
É similar ao nosso “Dia de Finados” ou como o “Dia de los Muertos” mexicano; durante o festival, que acontece na primavera, as pessoas limpam os túmulos e os pintam para honrar os ancestrais, além de fazer oferendas a eles
6 – Festival dos Idosos ou do Crisântemo
As pessoas de mais idade mantêm a tradição de subir em montanhas nos locais onde moram com artemísias na cabeça, que são plantas utilizadas para fins medicinais nos ciclos menstruais das mulheres, para combater inflamações várias e para reduzir a ansiedade. Quem não pode subir a montanha, fica no chão, mas tem que comer um bolo chamado “chongyang” (cujo caráter em chinês também significa “altura”). Neste dia, é comum as pessoas tomarem chá de crisântemo. Estes festejos são, igualmente, considerados, como o “Dia do Respeito aos Idosos”. São atividades ao ar livre que servem para promover a vitalidade e a saúde das pessoas mais velhas.
7 – Festival do Dragão de Primavera
Neste festival comemora-se o “dia em que o Rei Dragão levantou sua cabeça” para que chovesse o suficiente para aumentar a colheita de comida. Neste dia, os agricultores presentes aos festejos, ao amanhecer, teriam pegado água de um rio ou de um poço da localidade e com ela teriam preparado alimentos, para refazerem ofertas ao Rei Dragão. A comida típica desta comemoração são o talharim, alguns tipos especiais de tortas frias e muita pipoca. As pipocas são a representação do feijão de ouro em flor de uma lenda chinesa e representam boas colheitas por todo o ano.
8 – Festival Qi Xi ou da Sétima Noite
É realizada no sétimo dia de julho, originando-se durante o período da Dinastia Han, e celebra a lenda chinesa mais antiga conhecida sobre o amor e as estrelas, na temática mais antiga da Terra, em que um rapaz, pobre, e uma filha de imperador se apaixonam, mas é claro, não podem manter o romance por oposição da família. Tudo o que eles conseguiram foi se reunirem na sétima noite de julho, sobre uma ponte. Na noite do festival, as meninas saem de casa, todas juntas, para ver as estrelas e rezam para terem as mesmas qualidades da filha do Imperador do Céu para realizarem casamentos felizes.
9 – Festival Zhongyuan
Comemoração em louvor aos ancestrais realizado no 15º dia do sétimo mês do calendário lunar, que é nosso mês de agosto, conhecido como o “mês da piedade filial” e é coincidente com o início do outono chinês. Oferendas são feitas aos ancestrais e são festejos sagrados para os budistas (“Festival de Obon”) e para os taoístas, iniciados durante o período da Dinastia Han.
10 – Nono Festival Duplo
Comemorado no 9º dia do mês lunar, onde se comemora a vitalidade e longevidade que pode ser, acreditem, alcançada pelas benções advindas de orações e oferendas.
11 – Festival Xiayuan
Originado nos festejos do Taoísmo, acontece no 15º do décimo mês do calendário lunar, quando se comemora o aniversário do Imperador Shuiguan, o Grande; a crença é que este festival é uma mistura de três agentes, por assim dizer: os oficiais do céu, os oficiais da terra e os oficiais da água, sendo que estes festejos são, majoritariamente, para este últimos.
12 – Festival do Solstício de Inverno
Comemorado entre os dias 21 e 22 de dezembro do calendário solar de cada ano em honra aos deuses locais que, embora tenham suas semelhanças, diferem do Norte para o Sul da China.
Sítios consultados:
- https://chinavistos.com.br/festas-culturais-chinesas-viagem/
- https://www.clubedechines.com.br/blog/festivais-chineses/
- http://riodejaneiro.china-consulate.gov.cn/
Índia (algumas comemorações)

Diwali – O Festival das Luzes na Índia | Foto: CNN Brasil
Vejamos alguns dos principais festivais na Índia.
1 – Holi ou Festival das Cores
Realizado em fins de fevereiro, início de março, com a chegada da primavera; os participantes cantam, dançam, bebem, comem e atiram água colorida, junto com um pó de tinta de cores fortes, umas nas outras, além de se pintarem dos pés à cabeça; nos festejos, se comemora o triunfo do bem sobre o mal e grandes fogueiras são feitas para simbolizar a destruição do demônio “Holika”.
2 – Diwali ou Deepavaali, o Festival das Luzes
Ocorre durante 5 dias nos meses de outubro e novembro e é uma celebração do Hinduísmo (religião da maior parte dos indianos, sendo a 3ª maior do mundo, só perdendo para o catolicismo e o islamismo; não há fundador, como em outras religiões, nem templos específicos para os cultos que são, normalmente, feitos em casa, pelas famílias, para as muitas divindades em que acredita), do Jainismo (religião ascética, que prega a renúncia dos prazeres mundanos e materiais; acreditam no Karma e que o universo é típico de mundos diferentes, habitados por seres diferentes; também acreditam que o tempo é cíclico e finito, além de serem contra a violência) e do Sikhismo (religião monoteísta, nomeando seu Deus como Waheguru, fundada no século XV pelo Guru Nanak, no Punjab, que até hoje é uma região separatista; acreditam no serviço ao próximo e não em rituais supersticiosos; tem no Granth Sahib seu livro sagrado e no Khanda, o símbolo da fé Sikh). Para os Hindus, este festival também é o dia de uma das encarnações do Deus Vishnu, ao retornar de seu exílio. As casas são ornadas com cores e velas e as pessoas trocam muitos presentes e soltam muitos fogos de artifício.
3 – Navratri ou Festival das Nove Noites
Realizado em setembro ou outubro, de modo itinerante; é uma festa em honra à Deusa Mãe Hindu, Shakti, celebrando suas nove encarnações, dura, ao todo, 9 dias.
4 – Durga Puja
Continuidade dos festejos de Navratri, no 10º dia, é comemorado, neste outro festival, a vitória de Durga Puja, da Deusa Guerreira sobre demônios. São replicadas imagens de várias divindidades, especialmente de Durga Puja e depois, são banhadas no rio.
5 – Eid al-Fitr e Eid al-Adha
Dois dos dos principais festivais do Islã, posto que há muitos muçulmanos na Índia, em que se comemora a alegria, a gratidão e a unidade comunal. Existem duas principais celebrações de Eid: Eid al-Fitr (marca o fim do mês sagrado do Ramadã), e Eid al-Adha, (marca a disposição do profeta Ibrahim ou, como é conhecido no ocidente, Abraão, em sacrificar seu filho como um ato de obediência a Deus; enfatiza, assim, o sacrifício e a obediência à Deus). Após as orações, os participantes oferecem o Zakat al-Fitr, que é uma doação aos necessitados, garantindo que todos possam participar da celebração. Compartilhar e cuidar dos menos favorecidos é um dos pilares do Islã; a caridade é essencial, sendo fundamental para promover a igualdade e a solidariedade na comunidade. São feitos doces específicos como a baklava e a seviyan. Come-se carne que é dividida em 3 partes: para a família, para os amigos e para os necessitados. Eid é uma palavra que significa empatia e solidariedade.
6 – Baisakhi ou Vaisakhi ou Festival da Colheita
Marca o início do ano novo solar na região do Punjab e é celebrado pelos por sikhs e hindus, comemorado no dia 13 de abril, em que se celebra a importância da agricultura, notadamente, do trigo e pede-se que a colheita seja abundante. Os participantes vestem roupas novas e coloridas, simbolizando o recomeço e a renovação da vida. Neste dia, vemos o Bhangra, que é uma dança folclórica típica do Punjab. Os dançarinos usam trajes brilhantes e realizam movimentos dinâmicos. Os músicos tocam instrumentos tradicionais indianos, como dhols (tambores) e as pessoas se juntam para celebrar o momento. As comidas típicas são o makki di roti e sarson da saag que são servidos coletivamente. Os participantes se reúnem para ouvir kirtans (cânticos devocionais) e celebrar a espiritualidade.
7 – Festa do Pongal
Festejos para celebrar a colheita do arroz, sempre no mês de janeiro; os participantes mostram gratidão à Natureza e alegria pela boa colheita. Este festival dura 4 dias: o primeiro dia, chamado Bhoghi, é dedicado à Deusa Bhoghi, onde as pessoas queimam antigos pertences e celebram a renovação e a purificação. É um momento de deixar para trás o que não serve mais e abraçar novos começos. O segundo dia é o Pongal, quando as famílias preparam o prato Pongal, feito com arroz, leite e jaggery (açúcar cristalizado), tudo cozido junto. Esse prato é oferecido como uma oferenda à Deusa da Colheita, Goddess Ponnu, e é compartilhado com amigos e vizinhos, simbolizando unidade e generosidade. O terceiro dia é o Mattu Pongal e é dedicado ao gado, que é enfeitado com guirlandas, pintados com cores vibrantes e levados para celebrações. O quarto e último dia é o Kaanum Pongal, um dia de visita e reunião, onde as famílias visitam seus parentes e amigos, reforçando laços e trocando votos de felicidade e prosperidade, quando fazem orações para a saúde e longevidade da família.
Sítios consultados:
- https://www.360meridianos.com/festivais-na-india/
- https://agenciaviagemdossonhos.com.br/os-melhores-festivais-e-festas-tradicionais-para-turistas-na-india/
- ]https://turismonaindia.com/theme/festivals.html
Rússia (algumas comemorações)

Celebração da Maslenitsa em 2020 | Foto: Express to Russia
1 – Natal (Ortodoxo) na Rússia
Celebrado no dia 07 de janeiro, entre dois anos novos (01/01 e 14/01) e por muitos anos, a população não pode comemorar publicamente o natal, em face do caráter oficial dos governos comunistas terem banido comemorações religiosas.
2 – Ano Novo (Ortodoxo) na Rússia
Comemorado nos dias 1 e 14 de janeiro do ano que conhecemos (em face de calendários diferenciados e por questões locais entre o imperador e Igreja Ortodoxa); a tradição manda, também, enfeitar árvores e aguardar a visita de Ded Moroz, o Avô Frost, que é a versão russa do Papai Noel ocidental, representando como um cavalheiro alto e esguio, vestindo trajes típicos.
3 – Festa Sviatki ou Svyatki e Epifania
Festejo entre os dias 7 e 19 de janeiro; por um tempo, o Cristianismo foi suprimido na Rússia, junto com velhas tradições, como a adivinhação que, inclusive, antecedeu a adoção das crenças cristãs no país. Por isso, aos poucos, o Natal vem sendo valorizado como um momento especial para os cristãos. Na Epifania, russos mais devotos encerram o período religioso mergulhando nas águas geladas de um rio. Segundo esta tradição, as águas têm poderes mágicos e simbolizam o batismo de Jesus.
4 – Festa da Maslenitsa
Começou como um ritual pagão do sol e, desde então, foi absorvida pela religião ortodoxa oriental, servindo a muitos propósitos. Sinaliza o fim do inverno e a consequente chegada da primavera. A tradição é que as avós preparem grandes pilhas de panquecas, leite e ovos e as cidades realizam festivais durante os quais a efígie de “Lady Maslenitsa” é queimada. O ato tem o intuito de dar as boas-vindas à primavera e ao retorno do sol.
5 – Reindeer Herder’s
É um dos festivais de inverno mais famosos da Rússia, especialmente nas cidades de Moscou e de São Petersburgo (antiga Leningrado). Há muitas corridas e competições de esquis puxados por renas.
6 – Páscoa
Festa quase igual à páscoa ocidental; celebrada em abril ou maio. Os ovos de páscoa, têm o significado de símbolos de fertilidade durante os tempos pré-cristãos e, após a adoção do Cristianismo, passaram a representar a renovação.
7 – Festival da Máscara Dourada
Típico da cidade de Moscou; é voltado para as artes teatrais e comemorado do início de abril até o final de maio e há muitos e variados festejos, de shows de música popular às operas.
8 – Desfile no Dia da Vitória
É o dia 9 de maio, que é dedicado ao Dia da Vitória, feriado que homenageia os militares e a participação da Rússia na Segunda Guerra Mundial, ou melhor, da ex-União Soviético contra os nazi-fascismo. Há muitos desfiles militares, como o nosso 7 de setembro e muitos fogos de artifícios.
9 – Festival de Inverno Russo
Envolve várias atividades relacionadas a essa estação do ano, como, por exemplo, a patinação no gelo, competições de esqui etc. e dura boa parte do inverno, com competições e festejos nos meses de dezembro e janeiro. Há muitas apresentações de música e dança tradicional russa, como a Cossaca, além de jogos, artesanato, comida e encenações teatrais.
10 – Dia do Nome ou do Anjo
É comemorado em homenagem a quem possui nome de santo e tem origem cristã.
11 – Festival White Nights de São Petersburgo
Comemorado entre maio e julho, é, basicamente, um festival de artes teatrais e musicais, com muita queima de fogos, concertos musicais e barcos enfeitados e iluminados com muitas velas e cores vibrantes.
Sítios consultados:
- https://rotasdeviagem.com.br/festas-tradicionais-da-russia-para-conhecer-mais-sobre-o-pais/
- https://rotasdeviagem.com.br/festas-tradicionais-da-russia-para-conhecer-mais-sobre-o-pais/
- https://maestrovirtuale.com/cultura-russa-tradicoes-costumes-gastronomia-musica/?expand_article=1
- https://consrio.mid.ru/pt/
Bibliografia sugerida para consulta:
- CASCUDO, Luís da Câmara (1898-1986). Civilização e Cultura. São Paulo: Global Editora, 2004.
- TURINO, Célio. Cultura a unir os povos – a Arte do Encontro. São Paulo: Instituto Olga Kos de Inclusão, 2018.
- https://brics.br/pt-br/noticias/cultura-e-clima-brics-amplia-cooperacao-e-destaca-papel-do-setor-cultural-como-motor-do-desenvolvimento-sustentavel

Carlos Fernando Galvão,
Geógrafo, Doutor em Ciências Sociais e Pós Doutor em Geografia Humana
profcfgalvao@gmail.com









