Dia do Boteco: um brinde à simplicidade que alimenta o Brasil

Dia do Boteco: um brinde à simplicidade que alimenta o Brasil

Por Chef Mazinho

 

Sou de Sampa. Terra onde o concreto se mistura com fumaça de pastel, e o cheiro do café preto divide espaço com o da feijoada servida na marmita. Aqui, onde os dias correm acelerados e as noites fervem de encontros, o boteco é o nosso respiro. É o nosso quintal coletivo. O nosso porto seguro depois do trabalho, antes de um show, no intervalo da vida.

E no Dia do Boteco, celebrado hoje, não tem como não homenagear esse espaço que é puro patrimônio afetivo do brasileiro. Seja o botequim com balcão de fórmica e azulejo antigo ou aquele mais moderno, que serve petisco gourmet com nome francês — o boteco é, antes de tudo, lugar de gente. E é por isso que nunca sai de moda.

Em São Paulo, temos de tudo: os botecos da Zona Norte que servem bolinho de bacalhau com alma portuguesa, os da Zona Sul onde o samba corre solto com caldinho de feijão e cachaça na mão, os da Leste onde a cerveja é trincando e o cardápio é a Bíblia do PF, e claro, os do Centro — onde as histórias de décadas se acumulam entre mesas de ferro e copos americanos riscados.

Mas a verdade é que boteco bom tem em todo canto desse país. Do Rio a Recife, de Belo Horizonte a Belém. Cada estado, cada cidade, cada esquina tem seu “point” onde se serve uma comida simples, feita com amor, e se vive uma conversa que vale mais que mil reels.

O boteco é o lugar onde a receita não está escrita — ela é vivida. Está na mão do cozinheiro que corta a mandioca no olho, da tia do fogão que sabe o ponto da moela só de ouvir o chiado da panela. Está no dono que já virou psicólogo de tanto ouvir os clientes, no garçom que sabe o nome do seu filho e o seu pedido favorito.

E que gastronomia é essa? É a gastronomia da rua, da esquina, do improviso que dá certo. Aquela que não precisa de estrela Michelin, porque brilha sozinha no sorriso de quem come um torresminho bem feito ou um pastel de vento que alimenta a alma.

Hoje, como chef, como colunista e principalmente como amante da cultura brasileira, deixo aqui minha reverência a todos os botecos do país. Aos que resistem, aos que inovam, aos que seguem sendo pontos de encontro, partilha e prazer.

E nesta matéria, compartilho também algumas imagens desses espaços cheios de história — botecos que visitei, que frequento, que respeito. Cada um com sua estética, seu tempero, seu povo.

Se quiser conhecer mais, sigo indicando alguns favoritos no meu Instagram, e também o trabalho de cozinheiros e cozinheiras que fazem do boteco um verdadeiro santuário gastronômico.

No fim, o boteco é isso:

Um gole de alívio. Um pedaço de casa. Uma memória viva.

Feliz Dia do Boteco!

E que nunca falte cerveja gelada, comida com sustância e bons amigos pra dividir a mesa.

 

 

Até a próxima ,

CHEF MAZINHO

Colunista e criador de conteúdo, referência na cena gastronômica e cultural brasileira. Participou de dois reality shows — um deles o maior da América Latina — e assina coberturas de eventos, festivais e experiências que conectam moda, comida e lifestyle.

@chefmazinho

 

 

 

 

 

 

 

Author

Chef Mazinho é mais que um nome da gastronomia — é uma voz autêntica da cena cultural e de lifestyle. Participou de programas como Bake Off Brasil (SBT) e Que Seja Doce (GNT), e hoje conecta gastronomia, lifestyle e entretenimento em conteúdos criativos que inspiram e engajam. Na ArteCult, assina uma coluna que mistura sabores, histórias, shows, eventos e experiências — tudo com seu toque único e carisma que conquistou o público e as marcas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *