KNOTFEST: Entrevista Exclusiva com a Promissora Banda Nacional Kryour

Foto: Divulgação

KNOTFEST Brasil, festival que reúne os maiores nomes do heavy metal ao redor do mundo, anuncia o aguardado line-up de sua segunda edição no país, com 21 bandas internacionais e nacionais. Slipknot será a atração principal das duas noites e fará um show único em cada dia: Na primeira noite (19), o Slipknot fará um show que percorrerá os seus 25 anos de carreira. O segundo dia do evento (20) será marcado por um verdadeiro acontecimento: a banda tocará na íntegra o seu álbum de estreia, Slipknot (1999), com direito ao figurino e máscaras usados na época do seu lançamento. Se apresentam também no sábado (19)Mudvayne; Amon Amarth; Meshuggah; DragonForce; Orbit Culture; Ratos de Porão; Krisiun; Project46; Eminence e Kryour.

No line-up de domingo (20), estão: Bad Omens, Till Lindemann; Babymetal; P.O.D.; Poppy; Black Pantera; Ego Kill Talent; Korzus; Papangu e The Mönic com Eskröta. Em uma em uma realização da 30e em parceria com a 5B Artists Management, KNOTFEST Brasil acontece no Allianz Parque, em São Paulo. Os ingressos estão disponíveis no site da Eventim.

Conversamos com a banda Kryour sobre a participação no festival, os futuros trabalhos e muito mais. Confira abaixo:

1. Gustavo, conta para a gente um pouquinho como surgiu a banda? 

Gustavo:  A ideia de montar a Kryour surgiu em janeiro de 2014. Na época, eu era apenas um molequinho e tinha participado de uma jam com o Andreas Kisser, que foi a primeira vez que pisei num palco. Depois disso, fiquei pensando: “Eu quero ter uma banda!” Aquela coisa de adolescente, sabe? Queria compor minhas músicas e tocar.

Me juntei com meu primo, que ainda está conosco como nosso manager. Convidei ele para montarmos uma banda e começarmos a tocar. Assim, a Kryour começou a se formar. No início, tocávamos covers de Megadeth, como muitas bandas começam. A gente estava ali criando uma química, passando por algumas trocas de membros, como é normal nas bandas até se consolidar.

O Carrilho entrou em 2015, e com o tempo, mais pessoas se juntaram e outras saíram. Gravamos nosso primeiro álbum, Where Treasures Are Nothing. Contudo, a pandemia pegou a gente bem no momento em que estávamos começando a embalar. Como todo mundo, enfrentamos aquela pausa forçada. No pós-pandemia, as coisas começaram a florescer. O Guba já tinha se juntado a nós, e começamos a preparar material novo. Decidimos retomar tudo o que estávamos construindo antes da pandemia. Lançamos novos trabalhos, e algumas repercussões legais começaram a surgir. Assim, basicamente, essa é a história da nossa banda.

2. Influências como In Flames, Children of bodom e Gojira fazem parte do som de vocês, isso é bem nítido! Como funciona o processo de composição? Sei que vocês têm um quarto estúdio, acho muito foda.

Gustavo: O quarto estúdio é bem louco, é o quarto do Carrilho, onde a maioria das composições acontece. A maior parte das ideias vem de mim, eu acabo idealizando muitas coisas. No primeiro álbum, os moleques também contribuíram bastante com ideias. A dinâmica é sempre essa: eu trago as ideias principais, e a única parte que realmente deixo para outra pessoa é a bateria, que o Matt cuida.

A gente sempre troca ideias, tipo: “Imagina que essa parte poderia ser assim…” ou “Talvez se entrar algum outro riff ou se a gente harmonizar aqui”. As composições muitas vezes são feitas por nós mesmos. Eu também produzo grande parte das músicas, utilizando instrumentos virtuais, como os que encontrei na Colorful e na Chrysalism.

Esses instrumentos virtuais são muito poderosos e estão presentes nessa nova fase. Uma das músicas, Chrysalism, surgiu de um dia em que eu estava fazendo um beat no computador. Pensei: “Vou abrir uma live para trocar uma ideia com a galera.” Depois que terminei a live, percebi que dava para transformar aquele beat em algo incrível, juntando as duas ideias. E claro, temos referências como Gojira e amo do Children of Bodom. No próximo álbum, vamos incluir solos que a galera tem pedido bastante, então tem muitas coisas legais sendo preparadas. Esse processo de composição vai fluindo naturalmente.

3. O último single foi “Timeless”, primeiro single de um álbum ou EP que está por vir? Com a entrada do Lucas Cunha já que ele é professor e compositor e pensei: “Caraca, isso vai dar bom!”

 Gustavo: Olha, um álbum cheio! Eu imagino que já venha com um álbum completo. Trabalhar nesse álbum legal, né? Ainda mais agora, com esse Pós KnotFest, o que a gente vai fazer? Como vamos continuar trabalhando no marketing e manter os conteúdos atualizados? Essa parte online ajudou demais a gente. A gente lançou o EP, e até então, duas músicas eram novas. Queremos realmente trazer um álbum completo, com clipes e tudo mais. O Thunder é um cara muito competente no music business e ajudou a gente em várias questões que, muitas vezes, ficam meio cinzentas para os artistas. Ele orientou a gente sobre como registrar nossas obras e lidar com os direitos autorais. Ele veio para preencher uma lacuna, um ponto cego que a gente tinha. Com certeza, isso vai ajudar muito!

4. Guba, fala um pouquinho aí, cara! Como você entrou nessa banda?

Guba Oliveira: Meu, foi através de uma amiga em comum. Eu comecei a fazer conteúdos para a internet, para o YouTube e Instagram, e comecei a ganhar visibilidade. Essa amiga, quando os meninos precisaram de guitarrista, falou: “Dá uma olhada no Instagram dele.” O Gustavo viu e me chamou. A gente começou a trocar ideia e foi bem tranquilo, uma coisa bem direta.

5. Qual é o festival que é o sonho de vocês tocarem?

Gustavo: Olha, o Wacken seria muito legal! O Children of Bodom já tocou lá, e eu já vi muito Children of Bodom no Wacken. Acho que seria um negócio incrível.

Mas, assim, uma das coisas que eu sempre quis é tocar no Allianz. É um dos lugares que sempre sonhei em tocar. E agora, realmente, o Knotfest vai ser um negócio muito legal. A gente ficou muito feliz em fazer parte do Lineup!

6. Vai ter alguma novidade no Knotfest? Alguma música nova?

Gustavo: Ô, não tem música nova por enquanto, não. É que estou preparando e idealizando as músicas, já pré-produzindo, pensando nelas inteiras. Então, não vai dar tempo de ficar pronta até o KnotFest. Pelo menos uma das novas, sem ser a “Timeless”, acho que dá para considerar. A “Timeless” veio um pouco com o Summer Breeze, né? Ela tem essa vibe, mas, por enquanto, eu diria que nenhuma música nova. O trabalho está a todo vapor!

7. Como uma banda nova já vem para o mercado de uma forma diferenciada como vocês enxergam o mercado da música daqui uns anos?

Gustavo: Mano, Guba, fala um pouquinho sobre isso, porque essa pergunta poderia render horas!

Guba Oliveira: É difícil prever, porque a gente está fazendo o som que realmente gosta. Tem bandas que acabam seguindo o que está popular. Por exemplo, colocam afinações extremamente baixas só porque está na moda. A gente está fazendo uma parada mais prog, complexa, quebrando a cabeça. Os arranjos são bem sofisticados, especialmente na parte dos instrumentos. Isso depende muito do cenário musical. Quero misturar o que eu gosto com o que pode ser mais popular. Sim, a adaptação é importante. A gente faz o que curte, e felizmente a galera também está curtindo.

Gustavo: O cenário musical tem pedido muito que você estimule o algoritmo. Então, você sempre precisa estar produzindo, a todo vapor. Isso é um pouco ruim para as bandas undergrounds, porque nem todo mundo tem um produtor ou alguém que faz vídeo. Por exemplo, eu produzo tudo, gravo, faço mixagem e masterizo. Com isso, corto uma série de gastos, porque gravar uma música com qualidade não é barato. Fechar um álbum de 10 músicas pode ser bem caro.

Para a galera underground, às vezes a pressão é grande: “Temos que lançar sete músicas por ano e trabalhar o marketing em cima disso”. E a indústria pede cada vez mais isso. Não sei como será a longo prazo. Será que a galera vai querer produzir muito rápido? Falo isso por experiência própria: tenho dificuldade em produzir rápido. Às vezes, demoro porque fico reformulando as composições. Por exemplo, “Destructive Hope” surgiu em 2017. Eu sempre fico reformulando e pensando nas músicas. Gosto de deixar o que está no meu coração ali. Eu amo muito Aurora, aquele pop meio dark, e também sou fã de metal. O que busco agora é tentar juntar um pouco dos dois, uma pegada colorida com riffs pesados.

Jeff Ferreira: Algumas bandas, como Bring Me The Horizon e Gloria (Otimas recomendações para o I Wanna Be e KnotFest, inclusive), estão fazendo isso. As últimas músicas deles têm essa mistura de pop com riffs. É muito bom, porque quem escuta metal acaba enjoando em algum momento. É normal querer um temperinho diferente. Recentemente, estava ouvindo Reginaldo Rossi, e as primeiras músicas dele têm muito rock. Isso é bom! Acho que muitos metaleiros estão se atualizando e começando a ouvir mais estilos. A música é música, e se é bom, a gente tem que ouvir.

Jeff Ferreira: E vai ter um ensaio aberto antes do KnotFest, no dia 13? É isso ?

Guba Oliveira: Vai ser algo bem intimista, com apenas 20 vagas. Precisamos ensaiar com bateria real e um cenário mais dinâmico. Vamos deixar as pessoas verem como é o processo. É importante ensaiar no estúdio e tocar de verdade. É um bom jeito de aproveitar o melhor dos dois mundos. Espero todos os leitores lá.

8. Indica 3 bandas novas que voces estão ouvindo ultimamente? 

Gustavo: Kalandra , Bad Omens e Twenty One Pilots. 

Guba Oliveira: Axty, Odeon e lost society.

 

Confira um dos últimos lançamentos da Kryour :

  JEFF FERREIRA 

 

 

 

 

Author

Meu nome é Jeff Ferreira e a música sempre foi minha maior paixão. Desde jovem, fui envolvido pelo maravilhoso mundo dos sons e das melodias, encontrando na música uma forma de expressão e conexão com o mundo ao meu redor. Além disso, meu lado nerd sempre esteve presente, alimentando minha curiosidade e minha sede por conhecimento em diversas áreas. Há 7 anos, embarquei em uma jornada incrível escrevendo sobre música e desenvolvendo pautas de entrevista. Essa foi a maneira que encontrei de unir minha paixão pela escrita com meu amor pela música, compartilhando insights e histórias fascinantes com o público. Ao longo desse tempo, pude me aprofundar no universo musical, conhecendo bandas incríveis e explorando diferentes sonoridades.

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