Burn-out? Depressão? A possibilidade de cura das emoções através do acolhimento

Setembro é o mês das cores, das flores e dos perfumes!
Mês da primavera!
Colorir o mês de setembro de amarelo, cor do sol, dos girassóis, da energia, é uma forma de promover a força da vida!
Setembro amarelo foi a campanha que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), inseriu em nosso calendário desde 2013, mobilizando o Brasil todo nessa Campanha internacional em prol da vida!
Em 2023 o tema da Campanha é “Se precisar, peça ajuda!”

Desde final de 2022, ao conhecer uma mãe enlutada após a perda de seu único filho aos 21 anos para o suicídio, me voluntariei e me engajei numa ONG que atua na conscientização dos sinais de alerta, nos procedimentos recomendados para acolher as pessoas em sofrimento.

Assim passei por uma série de palestras, lives, estudos, leituras de livros e a conhecer estudiosos e profissionais especialistas no tema, para adquirir mais e mais conhecimentos, estatísticas, casos, e poder contribuir enquanto, mãe, mulher, líder, empreendedora, profissional de ciência da felicidade e psicologia positiva, em prol da vida.

Transcrevo texto da OMS – Organização Mundial de Saúde:

“O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde – OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
Embora os números estejam diminuindo em todo o mundo, os países das Américas estão na contramão dessa tendência, com índices que não param de aumentar, segundo a OMS.
Sabe-se que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.“

Recentemente os noticiários reportaram casos de atletas, celebridades que nos impactaram muito.
Sim, as razões que levam as pessoas à atentarem e tirarem a própria vida são inúmeras, e na maioria das vezes são silenciosas.

E os sinais de risco estão presentes de diversas maneiras – atitudes de despedida, isolamento, apatia, mudanças drásticas de hábitos de sono, de alimentação, de comportamento, auto-lesão, etc.

E as idades? TODAS!!
Há crianças menores de 10 anos requerendo muita atenção, alunos se escondendo por trás de moletons de manga comprida e capuz, profissionais em quadro de burn-out por pressão em empresas com cultura tóxica, adultos com problemas em seus relacionamentos, desempregados encurralados financeiramente e com baixa-estima, pessoas vivendo lutos que não curam, mulheres com problemas de abusos e violência, famílias vivenciando ninhos vazios.
Fiquem atentos, pois ao nosso lado há pessoas em sofrimento!

Não esse artigo não é para falar só de sofrimentos, e sim para falar da VIDA!
Estamos falando de atenção aos seres humanos ao nosso redor!
De empatia, de confiança, de atenção, de disponibilidade para acolher, ouvir e promover bons relacionamentos e possibilidades de viver a vida, propósito!

Aprendi que o senso de observação das pessoas ao nosso redor – família, amigos, colegas de trabalho, integrantes dos nossos times – e a abertura e disponibilidade para acolher sem julgar, gerar credibilidade para ofertar um ombro, uma escuta atenta, dar um sorriso, um abraço, um minuto de atenção, pode fazer toda a diferença.

O medo do julgamento da dor, do sofrimento, impede as pessoas de pedirem ajuda!
A capacidade de termos a percepção de que o tamanho da dor do outro não pode ser avaliada à luz dos nossos olhos, o respeito às emoções e sentimentos e oferecer ajuda é fundamental.

Além de tratamentos psiquiátricos e psicológicos (recomendados e essenciais), há uma série de atividades integrativas complementares (PICS – Práticas Integrativas Complementares -OMS) que atuam de forma incrível na expansão da capacidade de expressão dos sentimentos e emoções, na integração e socialização, na mudança das vibrações energéticas dos ambientes e dos pensamentos.

Sim, a arte, a escrita, a música, os esportes, o contato com a natureza e com os animais são práticas curativas.
E não só as pessoas em depressão, ansiedade, burn-out, ideação suicida precisam de ajuda… Suas famílias também.
A coragem de pedir ajuda, e de iniciar atividades que promovam essa geração de confiança e de acolhimento sem julgamento, é fundamental.

A Saúde Mental, ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é “um estado de bem-estar mental que permite às pessoas lidarem com os momentos estressantes da vida, desenvolver todas as suas habilidades, aprender e trabalhar bem e contribuir para a melhoria de sua comunidade. A saúde mental é parte do que sustenta as capacidades individuais e coletivas das pessoas para tomarem decisões, estabelecerem relações e moldarem o mundo.”

A Depressão, por exemplo, atinge mais mulheres do que homens, segundo pesquisas. Apresenta-se, dentre vários aspectos, devido ao histórico familiar, transtornos psiquiátricos correlatos, estresse e ansiedade crônicos, disfunções hormonais, dependência de álcool e outras drogas, traumas psicológicos, doenças incapacitantes, conflitos conjugais,mudança brusca de condições profissionais, financeiras e desemprego.

A Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um disturbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.
A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho.
Esta síndrome é comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes. A Síndrome de Burnout também pode acontecer quando o profissional se depara com objetivos de trabalho muito difíceis, situações em que possa achar não ter capacidades suficientes para os cumprir.Essa síndrome pode resultar em estado de depressão profunda e por isso é essencial procurar apoio profissional .

E como seres humanos integrais que somos, indivisíveis, podemos imaginar a combinação de motivos de estarmos em depressão com os fatores da vida somados aos fatores de burn-out na enorme pressão por manter a empregabilidade e os resultados profissionais?

Se cada um de nós como pessoas já não estamos atentos aos sinais…
Imagina as empresas, os RHs, as lideranças!

Esse texto é um alerta para cada um de nós, homens, mulheres, pais, mães, colegas de trabalho, lideres, executivos de RH, responsáveis por cada uma das conexões que temos em nossas vidas!

Por isso é tão importante vivermos atentos às nossas relações, não apenas para tirar proveito delas, pelas oportunidades de ganhos, mas também e especialmente, pelas oportunidades de troca, de doação, de acolhimento.

Cada atitude de bom dia, de dispor de tempo, da qualidade da nossa escuta, da atenção ao poder de nossas palavras, de conhecer o outro a ponto de identificar os melhores momentos e talentos, mas também de identificarmos os sinais de alerta.

É comprovado o poder do abraço, do sorriso, do contagiar através das boas energias.

É comprovado que atividades ao ar livre, contato com a natureza e com os animais de estimação geram efeito positivo transformador.
Sinta o poder do sol, do ar, do vento, da terra, do solo, do plantio de flores, do cultivo!

É comprovada a química da serotonina, da endorfina que atividades físicas nos promovem.

O carinho de um pet, experimente o amor de um bichinho de estimação!

A vibração energizante de uma boa música – escute músicas positivas e alegres, toque um instrumento musica, cante e dança e veja os resultados!

A aromaterapia muda seu modo de sentir através do exalar aromas que nos remetem à paz, à tranqüilidade, à ambientes leves.

Use a arte como expressão de suas emoções: pintar, esculpir, colorir, e observe a evolução dos seus sentimentos expressos através das atividades artísticas.

Escreva, a escrita é curativa! Transborde seus sentimentos em palavras!

E nas empresas saibam que o acolhimentos dos seres integrais únicos, através de uma cultura inclusiva (em todos os aspectos da vida), das lideranças “humanizadas” (que para mim é um atributo básico e essencial de um líder!!) que conhecem seus colaboradores, que atuam próximo de cada um prestando seu apoio, sua palavra, conversas claras e positivas, times engajados e colaborativos, e um ambiente de trabalho de bem-estar.

Quem ainda não percebeu que ambientes de trabalho que gerem bem-estar potencializam a produtividade, geram muito mais resultados com muito menos custos (absenteísmo, licenças medicas, custos com planos de saúde,job-rotation, reposição de profissionais, etc,etc,etc)?

As estatísticas mundiais mostram o quanto pessoas saudáveis mentalmente, com um grau realístico de otimismo, pensamentos positivos, discursos construtivos e assertivos, fazem toda a diferença na sustentabilidade dos negócios e na perenidade das empresas.

E aqui ATENÇÃO, não estou falando de papo de marketing, de palavrinhas mágicas escritas, para promover o valor da marca, e não praticadas…

Estou falando de GENUINIDADE de valores e de propósito, de que se não pararmos para observar ao nosso redor, não identificarmos os sinais de alerta e decidirmos atuar em prol do outro, acolhendo e contribuindo efetivamente para reverter esse quadro de saúde mental, de estados emocionais de sofrimento, todos nós sofreremos mais e mais!

Por isso peço a sua decisão de contribuir com essa causa!
Para pessoas que sejam genuínas, que queiram ajudar o próximo, que façam a diferença e indiquem um tratamento e profissionais que estejam preparados para conduzir o tema!

Sou Sandra Portugal, empresária na Projetando Pessoas (@projetandopessoas), mentora de lideranças, consultora, palestrantes, escritora da ARTECULT e sou voluntária da ONG Associação FloreSER Calvin (@floresercalvin) que atua de forma on-line(assistidos de todo o Brasil) e presencial (no Sul de Minas Gerais) em atividades integrativas complementares.