O Pole Dance é uma prática que conta com seguidores amadores e artistas das mais diversas modalidades que se apaixonaram pelos desafios do Pole. O que antes era praticado apenas em boates, hoje é ensinado em estúdios de dança especializados presentes em todo mundo e ainda conta com uma indústria profissional de equipamentos e acessórios para a atividade. A bailarina e Instrutora de Pole Dance Karen Cruz trabalha com essa arte em Dubai desde 2009 e em 2016 voltou ao Brasil e inaugurou o estúdio The flying room. Karen apresenta ao ArteCult um pouco de sua trajetória e curiosidades sobre este universo.
Hoje é comum ver essa prática em filmes, séries e novelas, mas pouco se sabe sobre suas origens. Alguns artistas ajudaram a transformá-lo no que é hoje, com forte influência de técnicas circenses, ballet clássico, dança contemporânea, danças urbanas, jazz, capoeira, yoga, tango, dança do ventre, entre outras. Historicamente aparece em diversos países: na Europa com a dança folclórica Maypole; na Índia e na China com o Pole Dance masculino, praticado como um tipo de esporte; e, com o Panjat Pinang introduzido pelos Holandeses na Indonésia como forma de entretenimento.
O Pole Dance Moderno, ou seja, tal qual conhecemos, aparece no século XIX, tendo como cenário o final da 1ª Guerra Mundial, a grande depressão e logo depois o boom do entretenimento pós 2ª Guerra Mundial. Misturava-se com apresentações de burlesque, com as apresentações de ballet, ópera, teatro, tableau erótico, mímica e etc. Nos Estados Unidos tem sua origem marcada por Tour Fair Shows e “sideshows” como “Little Egypt” de 1890s e suas sensuais dançarinas Ghawazi em performances que ficaram conhecidas como “Hoochie-Coochie”. Estas dançarinas passaram a se apresentar próximo aos postes de sustentação das tendas circenses, a interagir e usar os mesmos em sua dança sensual com elementos de Dança do Ventre. A esta dança, feita nos postes, deu-se o nome de Pole Dance. Na década de 60 o Pole Dance passou a ser introduzido em clubes e boates de “strip tease”. O primeiro registro de “Pole Dance” como conhecemos hoje foi em 1968 com a performance de Belle Jangles no clube de striptease Mugwump, em Oregon. A partir disso esse tipo de performance se espalhou por todos os Estados Unidos e países adjacentes, mantendo a dança e o sensual juntos.
Dentro desse contexto, Karen nos apresenta um panorama desse cenário na entrevista a baixo:
AC (Rafaeli Mattos – ARTECULT Dança): Fale um pouco de sua experiência e encontro com o pole dance.
Karen: Encontrei o Pole Dance através de um vídeo no YouTube e foi paixão à primeira vista. Eu dancei como bailarina clássica profissional até os 20 anos de idade e desde então nenhuma atividade tinha chamado tanto a minha atenção.
Na época eu morava em um país Árabe e não existia um lugar para aprender nas proximidades então viajava regularmente para fora do Emirado para aprender, me
Especializar e treinar. Tive que mandar fazer a minha primeira Barra de pole dance. Foi bem desafiador pois ela era escorregadia, mais grossa que as utilizadas ultimamente e não girava, mas foi assim que dei meus primeiros passos, pude treinar e me aperfeiçoar.
AC: Vemos a presença do pole tanto no campo artístico, como a dança, como no campo esportivo competitivo. Fale um pouco sobre as principais diferenças entre essas abordagens do pole dance e cite os principais eventos.
Karen: O Pole dance artístico – este tem foco na dança, manifestação artística, fluidez e expressão representados através da técnica do pole dance. Encontramos nele uma variedade grande de estilos e influências como o Pole Sensual ou exotic, contemporâneo, ballet clássico, danças urbanas, comédia, mastro chinês e pole Sport entre outros. Buscam a divulgação e aceitação da modalidade.
Competição – PoleArt Cyprus
Pole dance esportivo competitivo – este geralmente segue regras que se aproximam de competições como a ginástica olímpica. São competições com bastante foco na técnica e execução de determinadas figuras acrobáticas no pole e fora dele. Buscam o reconhecimento olímpico da modalidade.
IPSF – World pole sports championship
AC – Hoje a prática do Pole dance está muito popularizada. Qual é o público que mais procura essa prática?
Karen – O público está cada vez mais diversificado. O que a princípio era na maioria mulheres entre 20 e 35 anos, hoje conta com grande participação de homens, crianças e mulheres com mais de 40 anos que descobrem e se apaixonam pela modalidade em suas diferentes vertentes.
AC- Com quais objetivos buscam essa prática?
Karen – Depende da vertente de pole dance escolhida mas geralmente ganho de força, prática de uma atividade estimulante como base em dança e acrobacias, busca por um corpo tonificado, aumento da flexibilidade e investimento na auto-estima.
fazer parte de uma comunidade ativa e acolhedora estão entre os motivos mais frequentes.
AC – Quais são os benefícios do pole como atividade física?
Karen – Tonifica o corpo, aumento de mobilidade, ganho de flexibilidade, melhora o equilíbrio, coordenação motora, memória e imediato aumento da autoestima e bem estar.
AC – Pra quem está pensando em iniciar a praticar o Pole Dance, qual é o primeiro bom motivo?
Karen – Procurar uma atividade divertida, gostar de desafios, buscar a auto-aceitação.
Com a prática regular você muda o foco de como o seu corpo se parece para o que ele é capaz de fazer. E é esse potencial de empoderamento que faz o pole dance crescer cada vez mais a cada ano.
A baixo e possível conferir um pouco do trabalho de Karen Cruz :
RAFAELI MATTOS
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