Dia do Artista Plástico, comemorado hoje no dia 8 de maio, buscamos homenagear aqueles que atuam com pinturas e esculturas. Levantamos algumas histórias de artistas goianos que inspiram por meio da arte
A arte pode ter uma relevância fundamental na transformação de ambientes e no combate a diversos transtornos que impactam diretamente a saúde mental. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 11,5 milhões de brasileiros têm depressão e outros 18,5 milhões sofrem com ansiedade; números que podem ter sido agravados durante a pandemia. Uma estratégia que contribui para um melhorar o estado de saúde e emocional das pessoas é a arte em suas diversas formas como música e artes plásticas, que transformam ambientes e criam espaços de descompressão, contemplação e relaxamento.
Hoje, Dia do Artista Plástico, buscamos então homenagear aqueles que atuam com pinturas e esculturas. Levantamos algumas histórias de artistas goianos que inspiram por meio da arte.
Para o artista plástico e presidente da Associação Goiana de Artes Visuais (AGAV), Valdir Ferreira dos Santos, a arte tem um papel fundamental para amenizar o estresse e a tensão provocados pelo cotidiano.
“Não apenas as artes plásticas, mas também outras expressões de arte, como a música e a literatura, são importantes para a evolução humana em qualquer momento, principalmente em momentos de dificuldades, pois elas nos permitem olhar para nós mesmos e para o mundo e fazer do nosso imaginário um agente transformador”, destaca Valdir.
Com este entendimento, a AGAV e um grupo de artistas, em parceria com a Terral Incorporadora, se uniram para espalhar mais arte por Goiânia, por meio da exposição Ninhos Urbanos. A iniciativa reuniu 66 artistas para pintar casinhas de passarinhos que serão instalados em um flamboyant na praça da T-23. A ação busca proporcionar bem-estar e positividade por meio de imagens e cores para quem mora ou transita pela região.
“Esperamos que essa parceria entre a Terral Incorporadora e a AGAV inspire outras empresas a terem essa iniciativa em diversas outras ações de Arte e Cultura. É uma iniciativa que também dá visibilidade para os artistas plásticos e destacam a importância da arte para transformar ambientes e levar mais alegria”, destaca Valdir.
No dia em que se celebra essa bela profissão, conheça o trabalho de alguns artistas plásticos participantes da exposição:
Diferentes formas de arte
Os artistas plásticos goianos Jullyanderson Carvalho e João Paulo Pigosso participaram da iniciativa com Tape Art, obra artística feita com fitas adesivas. Os artistas trabalham juntos com esse tipo de arte desde 2017 e veem na arte uma forma de expressar sentimentos de forma mais lúdica e de se posicionar.
“Para mim, especificamente, foi uma forma de realização profissional e pessoal, uma maneira de me sentir preenchido de todas as formas”, destaca João Paulo, que antes de mergulhar no mundo da arte, formou-se em Nutrição pela Universidade Federal de Goiás (UFG). “Percebi que, quando saí da faculdade, não era exatamente aquilo que eu amava. O João Paulo também atuava na área comercial e de vendas e também não se sentia realizado. Foi aí que começamos a nos dedicar exclusivamente a essa modalidade desde 2017”, completa.
Confira as obras dos artistas :
A arte também contribui para amenizar a dor, seja para o artista ou para quem aprecia uma obra. Durante o mês de maio, a artista plástica Alessandra Teles, filha do escritor goiano, José Mendonça Teles, recebeu a notícia do falecimento de seu noivo na França. Diante de medidas restritivas provocadas pela pandemia, Alessandra não pôde viajar para se despedir de sua pessoa amada por conta de medidas restritivas para evitar a disseminação da doença, mas encontrou na arte um meio de amenizar a sua dor.
“Eu não pude viajar para dar o último adeus e, diante de tanta tristeza, resolvi pintar meus quadros e isso tem me auxiliado muito a passar por esse momento de solidão”, afirma a artista, que morou no país europeu por sete anos.
Alessandra nasceu em berço artístico e foi influenciada a seguir o caminho das artes.
“Fiz dança, música, mas foram as artes plásticas que me chamaram a atenção, principalmente por gostar de me envolver com tintas e pincéis. Meu pai construiu um ateliê no fundo da casa e eu comecei a levar muito a sério, fiz quadros e me formei em artes visuais na década de 1990”, destaca Alessandra.
Com o destaque conquistado ao longo dos anos, ela passou a ser convidada para exposições e para participar de concursos no Brasil e no exterior, destacando principalmente a cultura e a história de povos indígenas.
“Sou apaixonada por Goiás e nossas raízes, principalmente da região do Araguaia. Mergulhei profundamente em tribos indígenas e me apaixonei pela arte primitiva, algo que influenciou minha arte”, completa a artista plástica.
Na exposição Ninhos Urbanos Alessandra, trouxe toda a personalidade de suas obras para a casa de pássaro, focando nos animais do cerrado, em especial as tartarugas e peixes que retratam a fertilidade na linguagem indígena.
Alcançando sonhos
A arte também é caminho de realização de sonhos para crianças. O jovem artista plástico Augusto Mangussi, 13 anos, tem na arte um meio de aumentar a sua autoestima e a socialização. Augusto é autista e, desde os 9 anos, recebe o apoio de seus pais, os advogados Larissa Lafaiete e Antônio Augusto Mangussi, para seguir se inspirando nessa área.
“Ele pinta imaginando e sonhando com a exposição que ele pode participar. Augusto vive dos sonhos que a arte proporciona a ele. Além disso, a arte trouxe possibilidades de contato para se expressar e levar mensagens com as cores”, diz a mãe Larissa, com orgulho do filho que já participa de exposições internacionais. “Ele já participou nos Estados Unidos e sentimos essa vontade dele em realizar novos sonhos. A arte trouxe mais concentração e mais equilíbrio para o Augusto”, completa.
O proeminente artista também contribuiu com a exposição Ninhos Urbanos, trazendo em sua obra uma mensagem de preservação do verde e dos pássaros no ambiente urbano.
Outro artista que viu na arte uma chance de alcançar novos horizontes foi o artista plástico Manoel Santos. Ele cresceu em regiões periféricas de Goiânia e, em momentos mais secos em que as queimadas tomavam conta da região, Manoel saia esculpindo animais em troncos de árvores queimados.
“Eu via aquela situação triste, os animais mortos por causa dos homens, e aquilo me levava a fazer esses desenhos, uma espécie de homenagem. Foi aí que eu comecei a me interessar pela arte e também a pintar minhas primeiras telas”, destaca Manoel.
Manoel Santos trabalha como gari das 7h às 16 horas e, após o trabalho e aos finais de semana, se concentra em suas obras de arte. Para se aproximar ainda mais do mundo artístico, ele foi modelo vivo no curso de artes visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG) e, nas horas vagas, acompanhava algumas aulas no local.
“Fiz amizades e comecei a aprimorar as minhas técnicas, passei a ser convidado para participar de coletivos e de exposições em outros estados e ganhar premiações e prestígio”, detalha o artista.
Na mais recente exposição, a Ninhos Urbanos Manoel valorizou o Cerrado, o bioma em que os animais fazem seu “lar” com tocas, ninhos, e outras construções que são usadas para refúgio e/ou criação dos seus filhotes.
Manifesto da exposição “Ninhos Urbanos”
Todo lar é um ninho. E todo ninho é uma representação artística que a natureza nos proporciona. Assim, a Terral Incorporadora, especialista em lares, desenvolveu a temática do seu novo empreendimento, Nest23, inspirada em ninhos urbanos. E a arte, não poderia deixar de fazer parte deste contexto. Afinal, a arte é a linguagem da alma e tem o poder de se conectar com o ser humano, surgindo então, a exposição NINHOS URBANOS. Uma intervenção urbana proporcionada pelos belos trabalhos de 66 artistas convidados, que se recolheram no seu ninho para representarem através de sua arte, o significado de ninho em singelas casinhas de passarinho que serão expostas em diversos locais, de forma itinerante.
Uma manifestação artística que reforça os valores da vida e o papel de acolhimento que os lares proporcionam: um lugar de aconchego, de identidade, de pertencimento, como todo ninho representa.