Em 2021, a Marvel lança seu primeiro super-herói americano com origem asiática, que deve estrelar o filme Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. Warner e DC Comics não ficam atrás na preocupação com uma maior e melhor representatividade. Este ano, Aves de Rapina, da DC Comics, reúne cinco mulheres para defender Gotham City de um vilão. Também haverá a estreia de Mulher Maravilha – 1984.
Filmes de heróis são a identidade do cinema de grande circulação da última década. Em termos mercadológicos, apesar de serem filmes de altíssimo custo, geraram, quase sempre, lucro gigantescos.
Agora, esses filmes tentam deixar de lado os estereótipos de heróis e vilões do passado e abraçar a demanda por mais representatividade de mulheres, negros, comunidades LGBT e de pessoas com algum tipo de deficiência. Há também a pressão pelo abandono (pelo menos em parte) de padrões estéticos — corpos magníficos, pouco vistos na realidade.
“Isso pode parecer evidente em pequenos gestos mercadológicos, como a compra de brinquedos. Mas vai além. Produções como essa constroem no repertório de imagens da sociedade o retrato de homens e mulheres negros bonitos, capazes de assumir papéis de prestígio e liderança. Isso certamente vai contagiar futuros adultos a se enxergarem capazes de assumirem esses papéis sociais. “
A ideia pode ser expandida a outros grupos. Futuras cientistas podem ser despertadas quando meninas deparam com a personagem Shuri, de Pantera Negra, e enxergam nela um gênio em ciências e tecnologia, respeitada entre seus pares por sua capacidade inventiva. Meninas também podem se sentir inspiradas pela personagem Carol Dannvers, de Capitã Marvel, que para além dos seus superpoderes, é capaz de recomeçar sempre que falha em suas iniciativas.
“Já existiam outros filmes que se preocupavam com uma representatividade saudável de minorias sociais. Mas o fenômeno das obras do universo de super-heróis trouxe o tema para o epicentro de um cinema de grande circulação”, diz Marinho.
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