Filme adaptado das HQ’s de mesmo nome, com seus 8 volumes lançados em 2015, The Kitchen é dirigido e roteirizado por Andrea Berloff. Localizado nos anos 70, o longa conta a história de três mulheres casadas com mafiosos irlandeses, residentes de Hell’s Kitchen – Nova York. Após a prisão dos seus maridos, Kathy (Melissa McCarthy), Ruby (Tiffany Haddish) e Claire (Elisabeth Moss) se veem acuadas financeiramente e resolvem, juntas, assumirem os negócios e entrar para o mundo da Máfia.
O trio protagonista se sai muito bem nas atuações: Elisabeth Moss faz transparecer muito bem a transformação da sua personagem – seja por sua postura, atitudes e expressões, como por seu figurino e estética; Tiffany Haddish demonstra claramente a força e peso de Ruby através da sua atuação, sempre se colocando de maneira firme e peitando aqueles que as desafiam. Por fim, Melissa McCarthy representa bem o papel de mãe que se torna mafiosa, conseguindo vender para o espectador todo o desenvolvimento do seu papel (Inclusive, é possivel que ela possa passar pelo mesmo tratamento que Fábio Porchat em seu filme Entre Abelhas: uma atriz de comédias fazendo um papel dramático, e por conta disso, não ser levada tão a sério pelos espectadores). O elenco de coadjuvantes trabalha de maneira razoável, sem que haja nenhum destaque entre eles.
O roteiro consegue, apesar do seu ritmo acelerado, nos ambientar rapidamente na realidade onde seremos inseridos. Vale ressaltar a boa apresentação das protagonistas, feita de maneira simples e direta, porém muito palpável – identificamos rapidamente os dramas que serão abordados nas narrativas de cada uma delas.
No entanto, este ritmo torna-se prejudicial com o decorrer da história; a inserção de um personagem importante – sem nenhuma explicação ou referência prévia – é prejudicial para o aprofundamento dele e o desfecho de um dos arcos narrativos. Falando em desfecho, a explicação para todo o desenrolar da história se faz parecer muito conveniente, visto que não há indícios ou indicativos durante o filme. Caso fosse melhor trabalhado, poderia render uma segunda visita à obra.
A trilha sonora, por sua vez, é interessante e busca trazer músicas que evocassem a época retratada em cena, contendo grandes clássicos como Lynyrd Skynyrd, Fleetwood Mac e muitos outros. No entanto, sua inserção não é feita de maneira orgânica e evidencia a estratégia de maneira quase que forçada – sinais da tentativa de simular o efeito Guardiões da Galáxia.
No final das contas, The Kitchen é um filme cuja premissa é extremamente interessante e que consegue desenvolver suas personagens centrais de maneira satisfatória, mas falha ao tentar interligar os finais dos seus arcos narrativos e justificá-los. A maneira como certas soluções são apresentadas e inserção das músicas prejudicam o resultado final.
CONFIRA O TRAILER DE RAINHAS DO CRIME:
Muitos filmes e abraços 😉
ATÉ A PRÓXIMA!!!
FELIPE LONGUINHOS – CABINE SETE
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