O filme “Horácio”, dirigido por Mathias Mangin, traz uma história curiosa e intrigante, com uma sinopse muito interessante. Mas ao assistir o longa sentimos que faltou algo. Era preciso desenvolver mais os personagens e o final poderia ter sido outro.
A trama se passa em apenas um dia na cidade de São Paulo e acompanha a vida de diferentes pessoas que se interligam: uma prostituta, um traficante, um viciado em jogos, um capanga, um agiota, entre outras pessoas.
Mas a história central é o do contrabandista Horácio (Zé Celso) que está sendo procurado pela polícia por corrupção e ao mesmo tempo sofre a dor de um amor que nunca será vivido.
Ao começar o filme, a ideia que vai sendo criada na sua cabeça é totalmente transformada no decorrer dos acontecimentos, o que torna este conceito um ponto positivo na trama, que desta forma a todo momento te surpreende, mesmo te mostrando o que vai acontecer no final, ela te engana durante todo tempo que está assistindo.
Quando a história é analisada em si, conseguimos perceber as várias vertentes que o roteiro propicia, principalmente as questões de ser pobre e que todos os personagens querem dinheiro, aliás estas são as grandes questões: o dinheiro, a riqueza e ter os seus desejos sendo realizados.
Entretanto, o ponto principal, que é a grande sacada, é a forma com que cada personagem deseja esse dinheiro e as contradições que acabam ocorrendo.
Petula (Maria Luisa Mendonça) deseja liberdade, Faraó (Ricardo Bittencourt), pagar a sua dívida e continuar no seu vício, Nádia (Sylvia Prado) quer ter seu filho de volta e Milton (Marcelo Drummond) e Horácio (José Celso Martinez Correa) querem amor.
Mas o que falha neste conceito é a narrativa que não evolui para alguns personagens, fazendo com que tudo ande em círculos, não chegando a lugar algum no final.
Os planos em que são filmadas as cenas e as cores utilizadas na boa fotografia, mostra o quanto várias coisas foram muito bem trabalhadas. Temos cortes rápidos ou planos com posições diferentes, mostrando outro ponto de vista. Todavia, com bastante planos detalhes e planos gerais para mostrar a cidade do alto.
As atuações são muito boas, porém realmente faltou um aprofundamento da vida dos personagens. Única exceção, a personagem Nádia, possui várias camadas de personalidade e toda uma história por detrás. As principais críticas no longa metragem giram em torno dela: prostituição, a forma de tratar a mulher como um objeto, a questão do dinheiro e também o fato dela ser mãe e não ter direito de ver o filho.
Com uma premissa inusitada, “Horácio” é um conjunto de acontecimentos e críticas a varias coisas que acontecem no Brasil ou na vida de alguma pessoa. Pode não ser da mesma forma, porém quem nunca ouviu falar de: dívidas com traficantes, pais problemáticos, esconder a sua sexualidade, vergonha do que é e o quanto a justiça brasileira não funciona?!
Assuntos importantes que não souberam explorar e destrinchar.
CONFIRA O TRAILER DO FILME
Muitos filmes e abraços 😉
ATÉ A PRÓXIMA!!!
LARISSA VALE – CABINE SETE
Ficha Técnica:
HORÁCIO
- Roteiro, Direção, Edição e Produção Mathias Mangin
- Produção e Produção Executiva Marcelo Maximo
- Produtora Igloo Filmes
- Direção de Elenco Anna Luiza Paes de Almeida
- Preparação de Ator Marcio Mehiel
- Direção de Fotografia Diego Garc
- Direção de Arte Martin Garcia
- Figurino Tica Bertani
- Design Gráfico Ricardo Fernandes
- Pós-Produção de Imagem Psycho n’Look
- Mixagem de Som NOISEstudio
- Direção Musical Tobias Kracochansky e André Ricardo
- Arranjos e Composições Marcos Pantaleoni, João Erbetta, André Ricardo
- Distribuidora O2 Play
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