Ter o nome de Guillermo Del Toro envolvido em qualquer projeto é motivo suficiente para causar muita expectativa. Também, pudera, além do premiado A Forma da Água, ele também dirigiu e roteirizou sucessos de crítica que antecederam este, como O Labirinto do Fauno e A Espinha do Diabo.
Fato que Histórias Assustadoras para Contar no Escuro, conta apenas com Guillermo no roteiro (e co-participado), e talvez faria mais sentido, a contar pelo clima da história, que contasse com ele também na direção. Durante o filme, que começa muito bem, a sensação de poderiamos ter um universo mais fantasioso como os apresentados em Labirinto e A Forma da Água, é crescente e se não atrapalha, infelizmente não completa a experiência do telespectador.
A história é baseada nas lendas urbanas contadas no livro de mesmo nome, publicado a primeira vez em 1981. Primeiro ponto positivo para o longa é a ambientação dos anos 60,70, que de fato remete a halloweens e histórias de terror contadas em volta de uma fogueira. Para quem tem essa referência, inclusive, é impossível não se recordar de Clube do Terror, ou em nome original, Are you Afraid of the Dark?
No filme, os amigos Stella, Auggie e Chuck conhecem Ramón no dia das bruxas e decidem invadir uma casa abandonada (e lacrada) que pertencia a família Bellows, a qual uma lenda aterroriza a cidade. A história diz que Sarah Bellows contava uma história de terror e sumia com a criança que a ouvia, escrevendo com o próprio sangue a história em um livro que reunia sua coletânea.
A história começa com um fôlego surpreendente, despertando a principio um tom de curiosidade e até um dilema sobre o medo e talvez um poder sobre como o livro poderia ajudar àquelas crianças a combaterem seus algozes, sugerido pelo primeiro desaparecimento. Fato, inclusive, que esta primeira história escrita no livro cria uma atmosfera incrível e nos apresenta o monstro mais assustador do longa.
O começo promissor perde o gás e as demais histórias são apresentadas perdendo um pouco do encanto que a primeira criou, ao mesmo tempo que o casal protagonista, conta com muito carisma de Michael Garza e uma personagem mal desenvolvida de Zoe Margaret Colletti, mesmo reconhecendo seu bom trabalho, o que acaba tornando o filme mediano.
Por fim, o filme descamba para o lado “fácil”, com os conflitos e resolução esperada e com direito a um monstro que causa uma certa vergonha alheia (não assusta e dá levemente uma vontade de rir pelo que ele apresenta de “poder”).
Tudo é perdido por conta disso? Obviamente não. O filme claramente tentou ser o mais fiel possível ao livro, e por isso não tentou criar muita originalidade sobre o conteúdo, deixando para nos impressionar pela forma como foi contada. Funcionou? Sim, mas, não surpreendeu. Importante destacar que não é ruim, mas, o que começa como um filme promissor termina apenas como um filme mediano.
Confira o trailler abaixo:
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JOÃO FRANÇA FILHO (@CINESTIMADO)
ARTECULT – Cinema & Séries
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