AS PANTERAS: Mais do mesmo, porém muito divertido

 

Depois da série lançada em 1976 e de dois longas-metragens de 2000 e 2003, “As Panteras” (“Charlie’s Angels” no original) ganha uma nova adaptação cinematográfica, trazendo novamente o gênero de espionagem protagonizado por mulheres. À primeira vista, parece que o filme se resume a isso, mas depois mostra-se maior, algo mais do que um simples filme de espiãs, já que a diretora Elizabeth Banks (que também atua no filme, além de ter dirigido outros projetos como “A Escolha Perfeita 2”) trabalha bastante com o tema da mulher empoderada e do “girl power”.

Cena de As Panteras. Foto; Divulgação Sony Pictures.

O modo como trabalha isso é bem expositivo verbalmente e, a princípio, parece mais do mesmo, mas não fica só nisso já que também trabalha na fisicalidade desse empoeiramento, mostrando tudo o que as personagens conseguem fazer. Ao colocar isso em prática, enquanto um homem as subestima,  isso acaba se tornando um diferencial – e muito inteligente – ao utilizar esse recurso dentro desse gênero e da forma como foi bem encaixado dentro do contexto.

Cena de As Panteras. Foto; Divulgação Sony Pictures.

O enredo não é nada original, continua sendo apenas um filme de super espiãs lindas, atraentes, competentes e mortais, que usam sua beleza a seu favor ao combaterem o crime e impedindo um grande vilão de dominar o mundo, mas a direção não resume o talento delas apenas nisso, também as apresenta com suas personalidades, seus grandes talentos individuais e explora estas incríveis personagens deixando suas belezas irresistíveis como último recurso.

As cenas de perseguição tem uma boa condução e se tornam bem empolgantes, mesmo com planos fechados que atrapalha a visão geral do espectador, isso pelo menos nesse tipo de cena, porque nas cenas de combate corpo a corpo em locais mais abertos sem elas se locomoverem demais, é muito mais fácil acompanhar tudo o que ocorre, já que elas são separadas e a diretora consegue dividir o tempo em tela de cada uma, conectando a ação de uma com a outra ao mostrar o seu trabalho em equipe.

O elenco de apoio composto por Elisabeth Bank, Patrick Stewart e Sam Claflin é funcional, mas falta um pouco de personalidade para tornar seus personagens se tornarem marcantes de alguma forma, como o personagem de Luis Geraldo Méndez, que mesmo sendo um personagem secundário, tem bastante presença além de tem uma boa função na história, mas apesar de sua dedicação e dos outros atores, o grande destaque é para o trio das panteras que tem uma excelente dinâmica entre si.

Kristen Stewart é a personagem mais divertida, percebe-se como a atriz está se divertindo com a personagem, responsável por boa parte do humor do filme.

Naomi Scott é a novata que fica perdida no meio desse mundo em que entrou sem querer devido às informações que sabe, mas também se mostra bem funcional dentro da missão.

Cena de As Panteras. Foto; Divulgação Sony Pictures.

Ella Balinska faz a durona que leva sua vida muito a sério dentro da agência, mas existe um bom trabalho de construção do seu personagem, mostrando outras motivações nada profissionais que a move durante sua missão, e mostrando outras camadas de sua personalidade que tenta esconder para manter sua aparência entre os outros membros.

O momento em que se revela a existência de um possível traidor entre eles é bem previsível nesse tipo de filme, mas a cena que esclarece quem é o verdadeiro traidor e o porquê fez isso da forma mais expositiva possível, lembrando até muito os filmes antigos de 007, tem uma piada no final que é simplesmente genial e poderia ter ficado melhor, provavelmente se não fossem o prazo de conclusão das filmages.

Cena de As Panteras. Foto; Divulgação Sony Pictures.

A diretora ainda faz pequenas referências, bem introduzidas no filme, de todas as outras gerações de “As Panteras” ao longo de todas suas adaptações.

O desfecho aparenta caminhar para uma resolução preguiçosa, mas no último minuto consegue nos surpreender, mesmo com algumas coisas forçadas e esperadas, mostrando bom planejamento e ainda acrescentando novas surpresas sobre alguns personagens, quase esquecidos dessa franquia.

Confira o trailer

 

 

 

 

Mesmo não sendo totalmente original, “As Panteras” é um dos poucos reboots que trouxeram algo a mais para a franquia, trazendo um ritmo bem empolgante e um humor que não falha.

BRUNO MARTUCI

 

 

 

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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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