Jornada da vida, filme de 2018 que chegou esse ano ao Brasil.
O filme mostra o encontro de duas histórias: A de Seydou Tall (Omar Sy), um ator francês que está a caminho do Senegal para a divulgação de seu livro, e a de Yao (Lionel Louis Basse), um menino de um vilarejo senegalês humilde, que atravessa o país para ganhar um autógrafo do escritor.
O caminho dos dois se cruzam quando Seydou é impedido pela mãe de seu filho (Gwendolyn Gouevenec) de levá-lo ao Senegal para a promoção de seu novo livro. O ator vai então sozinho ao país, onde se encontra com um menino que estava quilômetros longe de casa, de onde tinha chegado se escondendo em trens e pedindo carona, sem um lugar para dormir. Seydou então convida Yao para que o mesmo durma em seu quarto de hotel e, pela manhã, o escritor embarca na missão de levar o menino de volta para casa.
Entre taxistas folgados e carros velhos, o filme mostra a conexão entre o menino e o homem, que repensa sobre a vida e seus valores, enquanto vive um amor de verão e se reencontra com suas origens.
O longa é conduzido de forma bem lenta, sem muito dinamismo. A história sem muita ação contribui para esse ritmo se estabelecer. O fato do filme ser em francês, quando hoje em dia grande parte do consumo cinematográfico no Brasil é originalmente em inglês, causa um certo desconforto e agrava a lentidão do filme, tornando-o um tanto quanto cansativo de se assistir.
Caso prevaleça a paciência e perseverança, entretanto, o espectador poderá apreciar uma história que faz refletir e reconsiderar aspectos simples da vida. O desenrolar da trama é, em alguns pontos, um pouco forçado, mas apenas para que pudessem ser inseridos os momentos de naturalidade das descobertas entre o homem, o menino e o local.
A espiritualidade e o autoconhecimento são temas bastante abordados, principalmente quando se está em momentos difíceis e complicados, onde é inimaginável sentir acolhimento e conforto, de onde há repulsa e aversão, sendo essa a mensagem principal do filme: se encontrar onde menos se espera.
Omar Sy, que ficou conhecido por seu papel na versão francesa de Intocáveis (2011) se mostrou uma escolha adequada ao personagem principal desse filme que é dirigido por Philippe Godeau, ao representar Seydou como um cara inflexível, que vai se dobrando à simplicidade dos pequenos momentos.
Confira o Trailer:
STEPHANIE MIRANDA
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