O diretor, Berry Jenkins, ganhador do Oscar de Melhor Filme, por “Moonlight: Sob a Luz do Luar”, lança seu mais novo trabalho, “Se a Rua Beale Falasse“, é um show de trilha sonora, com uma fotografia incrível e uma história emocionante que mostra a realidade do racismo.
Será que a justiça é justa? Ou pode ser manipulada pelo sistema que ao em vez de pegar o culpado, faz outra vítima?!
O filme relata a história de Tish uma jovem negra que descobre está grávida do seu namorado, Fonny, que está preso por um crime que não cometeu. Então Tish luta para livrar seu futuro marido da acusação criminal injusta e enfrenta o racismo, para ter o amor da sua vida de volta e assim juntos cuidarem do filho que está a caminho.
A narrativa do filme não segue uma linha temporal única. Ele começa mostrando o conflito principal – A prisão de Fonny – e ao decorrer da trama, vai apresentando – por meio de uma narração -como aconteceu o crime, dando continuidade até o grande final.
O enredo da história é muito rico de conteúdo. Mostrando o cotidiano dos negros nos Estados Unidos, e como o racismo ainda está enraizado na sociedade, mesmo depois de grandes lutas para garantir seus direitos, abordando o quanto falta para conseguir igualdade.
Esse fato pode ser comprovado a partir da agência independente na aérea de justiça, denominada, Comissão de Sentenças dos Estados Unidos, onde mostra que nos anos entre 2007 e 2011, os homens negros receberam sentenças 19,5 vezes maiores que os brancos em situações semelhantes. Relatando cada vez mais que a história de desigualdade ainda é presente.
Os personagens são tão reais e bem representados que fazem você pensar se tudo aquilo não está realmente acontecendo. Cada atuação é de tirar o fôlego, principalmente da atriz Regina King que representou a mãe da protagonista, as suas expressões e gestos são excelentes. E também precisamos falar sobre a atuação da própria personagem principal, interpretada por Kiki Layne, entregando uma protagonista 100% sincera e tocando o espectador.
A fotografia comandada por James Laxton – que também fez a direção de fotografia de “Moolight: Sob a Luz do Luar” – tem uma escala de cores que destacam o branco, amarelo, verde e vermelho, além de utilizar também os tons escuros. Sem contar no cuidado com a combinação do figurino dos personagens, que se torna algo belo de se observar. Uma verdadeira harmonia entre o cenário e história.
A trilha sonora do filme se encaixa perfeitamente. Tendo uma canção para representar cada momento, o longa todo possui uma melodia principal, que quando o espectador menos esperar, ela estará tocando, como se fizesse parte da vida dos personagens.
Se a Rua Beale Falasse, uma obra que nos faz pensar, com uma carga emocional e crítica sensacional, com personagens fortes e um roteiro que questiona o quanto o ser humano pode ser ignorante a ponto de discriminar alguém pelo o tom de pele. A busca por justiça e a dura realidade é que carregamos ao terminar esse filme.
CONFIRA O TRAILER DO FILME:
Muitos filmes e abraços 😉
Até a próxima!
LARISSA VALE – CABINE SETE
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