Após conferir “Coringa” no cinema, tenho agora duas certezas nesta vida. Ou seja, agora sei também que Joaquin Phoenix será indicado ao Oscar por esta atuação. rs
Phoenix não superou ou equiparou sua atuação ao nível do Coringa de “Batman: O Cavaleiro das Trevas” eternizado por Rutger Ledger. Ele foi além, ele criou um Coringa único, seu, caracterizado pelo seus problemas neurológicos e psicológicos. Um personagem cujas camadas são descortinadas magistralmente ao longo do filme por uma atuação visceral de Phoenix.
Na versão cinematográfica da DC, ambientada numa Gotham City do início dos anos 80, Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) sofre com sua risada ridícula que surge sempre em momentos
inapropriados. Gotham vive uma decadência dos serviços públicos, o lixo está nas ruas, a assistência social a quem sempre recorre para seus remédios está falida e parece que
apenas os mais ricos se divertem e vivem dignamente. Nesse contexto, em que a população já está revoltada, Fleck é sempre atacado ou ricularizado, mas, após revidar violentamente no
metrô a um ataque de 3 empresários do grupo Wayne (da família de Bruce Wayne, o Batman), acaba despertando um movimento público de ira contra os mais ricos.
É nesse contexto sombrio de suspense psicológico que nasce mais um personagem único na história do Cinema, graças ao talento inquestionável de Phoenix. Alguns atores encarnam tanto em seus personagens que alteram completamente sua constituição física e isso fica notório nesse filme, para o qual Phoniex perdeu 24 Kg em tempo recorde. Sua atuação e toda sua dedicação podem render-lhe, não só mais uma indicação, mas, enfim, seu tão sonhado Oscar.
Como se não bastasse, além da atuação magistral do seu ator principal, Coringa chama atenção para outros elementos técnicos da produção. Chamo atenção para a ótima edição, para a fotografia primorosa que nos remete às clássicas fotos dos anos 80, com suas tonalidades tão características, para uma direção de arte competente e para uma trilha musical com homenagens e referências sutis a clássicos musicais, sensíveis ao que acontece em tela.
Coringa é um daqueles filmes imperdíveis e marcantes, que você rumina seu conteúdo por horas, mesmo após o término da sessão, e descobre novas nuances que o ótimo elenco (mais destaque para Robert De Niro e Frances Conroy) e toda equipe de produção conseguiram produzir.
É amigos, desta vez a DC não decepcionou.
RAPHAEL GOMIDE
ARTECULT – Cinema & Séries
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