O documentário “As Cores da Serpente” traz uma dosagem correta de contemporaneidade e tradição, mostrando a cultura angolana como principal elemento.
O filme, produzido pelo cineasta baiano Juca Badaró, retrata não só a arte por trás dos grafites que são feitos pelos artistas angolanos, mas sim toda a cultura de um povo, uma cultura que nem todos conhecem, que nem eu mesma conhecia.
As imagens iniciais que Badaró disponibiliza para o espectador, são de uma beleza incrível. As cores fortes, as danças e músicas, os “rituais”, as pessoas e obviamente, a arte é de uma sensibilidade visível. Tudo parece ter sido gravado com muito cuidado e atenção, fazendo com que o público deixe o estranhamento e o pré-conceito de lado e passe a ver tudo de uma maneira didática, como um aprendizado.
Ao decorrer do filme seguimos os artistas urbanos que fazem os grafites nos famosos Murais de Leba. Nós acompanhamos o dia deles, suas conversas, as ideias que eles têm para os grafites, além dos obstáculos e dificuldades pelos quais eles passam.
“As cores da serpente”, que inclusive tem esse nome por conta de uma expressão que os moradores usam para se referir à estrada, que tem um importante significado de renovação, na cultura candomblécista, conta com depoimentos de artistas que fazem um trabalho incrível, pintando muros que antes eram vandalizados, e falam sobre as suas experiências e das reais dificuldades que passam para conseguir realizar o projeto.
Falando sobre os aspectos técnicos do documentário, vemos imagens lindíssimas, uma ambientação muito bem representada com paisagens muito bem filmadas. A fotografia é incrível, principalmente nas primeiras cenas, onde as cores vibrantes estão presentes e tudo parece vibrar.
Enfim, “As Cores da Serpente” conta a história de pessoas que tentam transformar aquilo que foi abandonado e marginalizado em algo novo, algo belo, algo que conte a história e a cultura de um povo.
O trabalho de Badaró é simplesmente impecável e no fim ele consegue passar ao público a mensagem correta. Ele registra tradição, ancestralidade, raízes e cultura de um jeito único, que no fim consegue te deixar com uma sensação de real aprendizado.
CONFIRA O TRAILER DO FILME
Filmes e Abraços 😉
Até a Próxima!!
Gabriela Carvalho – CABINE SETE
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