“A Mula” (The Mule), novo filme dos Estúdios da Warner Bros, marca o retorno de Clint Eastwood às telonas, que, com seus quase 90 anos, esbanja talento e carisma em uma história com um ritmo acertado e nos conduz a uma reflexão : “o que devemos fazer com nossas vidas? ”. Com uma dobradinha de responsa, Clint aparece aqui atuando no papel de destaque, além de dirigir essa história. O resultado, como já era de se esperar, é uma história comovente, que diverte, que faz pensar e acerta – e muito – em todas as suas estruturas. Confira nossa critica a seguir.
Na trama vemos Earl Stone, vivido por Eastwood, dono de um negócio pelo qual possui um verdadeiro fascínio: “lírios”. Ele cultiva e vende as flores para diversas pessoas em sua cidade situada no Estado de Illinois e, devido a este fator, acaba passando uma grande parte da sua vida longe de sua família, já que sempre está na estrada para participar de premiações relacionadas ao cultivo de flores.
Em contramão a isso, sua vida familiar e seu casamento vive um total desgaste, Earl não possui mais nenhum vínculo com sua filha (Alison Eastwood, filha de Clint Eastwood na vida real) que possui um rancor sem fim por sua ausência e abandono da sua mãe. Após uma passagem de 12 anos, vemos os negócios de Earl indo por água abaixo devido à modernização das vendas, já que Earl possui aversão a tecnologia, sem nenhuma estrutura financeira para se manter, assim, ele se vê obrigado a prestar um serviço simples, transportar bolsas com mercadorias de um lugar para o outro. Mas na medida que realiza este tipo de serviço, percebe que o capital que por hora entra fácil, traz consequências desastrosas e complexas por se tratar de um envolvimento com cartéis de droga da região.
Na medida que Earl desenvolve o seu trabalho de transporte, o DEA está na cola das “mulas” da região que são envolvidas no tráfico de drogas e entorpecentes, neste momento vemos os agentes Bates (Bradley Cooper) e Trevino (Michael Peña), fazendo parte do destino de Earl até que todos esses arcos se conectam em determinado momento da trama nos provocando várias emoções.
A narrativa e a direção de A Mula, funciona de maneira onde cada uma dessas estruturas sustenta a outra. O timing aqui é outro elemento muito bem pensado, pois, no desenrolar da trama o telespectador é convidado a todo instante às situações que prendem a sua atenção, seja elas alívios cômicos, momentos dramáticos, clímax de tensão, entre outras.
Vale ressaltar, que o maior ponto alto dessa história é os quão humanos e voláteis nós somos. Saber que essa trama foi baseada em fatos reais, faz nosso sentimento ficar ainda mais forte.
O filtro entre o personagem principal e o público aqui não existe, são tantos momentos inesquecíveis que quando nos damos por si, já estamos hipnotizados pelo carisma e simpatia de Clint Eastwood em tela e, mesmo sabendo que eles está fazendo algo errado, nós acabamos torcendo pelo seu personagem, pois percebemos que ele é vulnerável como nós e que corre a todo tempo atrás do bem mais precioso que existe, ou seja, o “tempo”, tempo para viver mais com nossa família, de fazer algo que gostaríamos muito, aproveitar mais e não nos lastimarmos por ter perdido momentos tão importantes. A frase que se adequaria perfeitamente a essa trama seria: “Nunca é tarde para recomeçar”.
Com uma boa trilha sonora, uma fotografia bem pensada, um excelente elenco e um personagem principal extremamente rico, o filme “A Mula” possui diversos pontos altos, mas o que mais chama atenção aqui é sua sutileza para conduzir o telespectador aos seus grandes momentos. Por mais que possamos ver algumas cenas desnecessárias que podem não agregar à história, as mesmas não diminuem em nada a experiência do telespectador.
“A Mula” é o filme que você vai conferir com expectativas “ok” e sai da sala leve e feliz por conferir um excelente produto de um grande cineasta como Clint Eastwood, que através de suas diversas facetas, nos entrega uma obra grandiosa e completa, vale muito a pena conferir essa história inspiradora e entender a mensagem central do filme!
NOTA: 8
LUAN RIBEIRO
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