Passaporte Para Libertade – O amor de uma vida: Aracy e João

Os protagonistas Sophie Charlotte e Rodrigo Lombardi falam sobre seus personagens

Parece improvável que em meio ao cenário de caos da Alemanha nazista alguém fosse capaz de encontrar o amor da sua vida. Mas o coração não escolhe hora nem lugar. É nas ruas da Hamburgo do final de 1930, com constantes ataques a judeus pelas esquinas, que o romance entre Aracy (Sophie Charlotte) e João (Rodrigo Lombardi) começa a tomar forma – e o senso de justiça é o maior elo que o casal poderia ter. Criada por Mario Teixeira e com direção artística de Jayme Monjardim, ‘Passaporte para Liberdade’ estreia na TV Globo a partir da próxima segunda (20) após o ‘The Voice Brasil’, em oito capítulos.

Ao tomar conhecimento do esquema de Aracy, o cônsul-adjunto recém-chegado em Hamburgo fica na dúvida se aquilo é realmente o justo a ser feito, mas bastam poucos dias caminhando pela cidade para entender que, para muitos, os vistos para o Brasil são a única chance de sobreviver. João começa, então, a apoiar o plano da brasileira por quem está apaixonado. E, a cada visto assinado, a cada vida salva, o amor só cresce.

Responsáveis por dar vida ao romance entre Aracy e João, Sophie Charlotte e Rodrigo Lombardi falam sobre a minissérie na entrevista abaixo.

Entrevista com Sophie Charlotte, atriz que interpreta Aracy de Carvalho

Como foi o convite para viver a Aracy?
Em um encontro inusitado que tive em um almoço nos Estúdios Globo, fiquei sabendo de ‘Passaporte para Liberdade’. Quando botei a cabeça no travesseiro, fiquei pensando nisso. Pesquisei na internet, descobri a história de Aracy e, lendo mais, soube que a Globo estava produzindo a minissérie e que a direção seria do Jayme Monjardim. Eu me senti muito ligada à história, não consegui dormir. Eu tinha que falar com o Jayme. Cheguei nos Estúdios Globo e perguntei por ele – fiquei esperando-o sair de uma reunião. Ele veio com os olhos arregalados e eu já saí falando coisas em alemão, falando que eu precisava fazer o papel da Aracy, que eu esperei a vida toda para contar a vida de uma mulher assim.

E como você avalia esse trabalho?
Para mim, é uma missão. Essa história me marca muito porque parte de uma escolha pessoal que vai contra um movimento vigente, uma escolha ética e moral que olha para um grupo tido como minoritário e entende o outro ser humano como um irmão. Ela acreditava que essas pessoas mereciam, sim, viver com dignidade.

Como você definiria a mulher forte e destemida que foi Aracy? Como construiu a personagem?
A gente está acostumado a colocar a potência da força sempre no ímpeto violento. Mas acho que a força feminina tem outros lados. E eu acredito que a Aracy é uma grande força nesse sentido. Ela fez tudo o que fez porque o coração dela não permitiria que fosse de outra forma. É no contato humano, é no detalhe, é nessa simplicidade dela que eu me apeguei.

Entrevista com Rodrigo Lombardi, ator que interpreta João Guimarães Rosa

Como você define o João Guimarães Rosa? E a minissérie ‘Passaporte para Liberdade’?
Na verdade, pouco se sabe sobre João Guimarães Rosa. Temos apenas alguns vídeos com fragmentos de entrevistas. Achei que ficaria caricato me basear no que vi para construir um personagem, era muito pouco. Me baseei, então, em suas atitudes e criei um João que amparasse Aracy. Essa sim era sua função na trama. ‘Passaporte para Liberdade’ é sobre uma mulher forte, que se doou, privando-se dos prazeres pessoais em prol da humanidade.

A produção passou por um período de hiato com a pandemia e precisou passar por adaptações. Quais foram os maiores desafios?
Com a pandemia, João foi o personagem que ficou em mim por mais tempo. Foram oito episódios e mais de um ano estudando diariamente. O grande desafio disso tudo foi conseguir voltar ao set na mesma temperatura e realizar o trabalho no mesmo ritmo em que paramos. Conseguimos. E ainda mais estudados, o que foi ótimo para todos. Guardei os óculos de João. Sempre pego algo de meus personagens, mas também tento emprestar algo meu, levar um pouco de mim para ele.

Quais foram os desafios de gravar uma minissérie totalmente em inglês?
A parceria com a Sony veio num ótimo momento, em que as produções estão espalhadas pelo mundo, sem qualquer tipo de barreira. Hoje podemos assistir a uma produção espanhola falada em inglês, um filme italiano falado em alemão ou uma produção brasileira sobre uma história que se passa na Alemanha, falada em inglês. Abriu-se uma porta, e acredito que faremos novas produções em breve. Foi meu primeiro trabalho em inglês. Já havia feito algumas locuções, mas nunca algo tão grande. Foi estranho no começo, fiquei inseguro, mas tivemos uma coach incrível, Barbara Harrington.

‘Passaporte Para Liberdade’ é a primeira produção da Globo em parceria com a Sony Pictures Televison. A minissérie tem criação de Mario Teixeira, foi escrita por Mario Teixeira e Rachel Anthony, com direção artística de Jayme Monjardim, direção de Seani Soares e produção de Samantha Santos, Mariana Pinheiro e Fabiana Moreno. A produção executiva é de Silvio de Abreu, Monica Albuquerque, Elisabetta Zenatti e Rachel Anthony.

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Jornalista por paixão. Música, Novelas, Cinema e Entrevistas. Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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