Uma lente radical

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Guilherme Leporace tem 25 anos e há oito é fotógrafo. Tímido, gosta mais de fotografar do que de falar sobre seu trabalho. A paixão pela fotografia vem de moleque, mas seu coração está dividido entre esse ofício e a prática de esportes radicais. Juntou o útil ao super agradável e vem se especializando em fotografias dessas atividades, tendo sempre as paisagens do Rio de Janeiro como fundo.

Aliás, foi a beleza da cidade que apurou nele esse olhar mais especial. Por isso, gosta tanto de praticar standup-padle, surf, skate e skimboard, andar de bike pelas ruas e praias, escalar e subir as trilhas e encostas dos morros da cidade, sempre de olho em ângulos, closes e flagrantes diferenciados, que revelam e exploram o que de melhor a cidade maravilhosa tem.

Atualmente, trabalha no jornal O Globo. Além (e por causa) da fotografia, ele lançou uma marca de camisetas estilosas, que estampam flagrantes da cidade capturados por suas lentes afiadas. Poesia em forma de imagem, que ele produz para quem gosta de, literalmente, “vestir a camisa” do e pelo Rio.

 

Por que escolheu a fotografia como profissão?

Escolhi a fotografia porque gosto de desafios, e fotografar significa se desafiar, já que cada dia é único e com acontecimentos igualmente únicos.

 

Por que as paisagens são o forte do seu trabalho?

Na verdade, posso dizer que o meu amor pelo Rio de Janeiro me induz a fotografar, já que cada “clique” é um jeito meu de estar em sintonia com a cidade. Retratar cada canto dessa cidade é a maneira que escolhi de retribuir.

Posso dizer que foco nos esportes radicais, mas as fotos ficam ainda mais únicas tendo como fundo as incontáveis paisagens do Rio. É até meio engraçado falar isso porque iniciei a minha carreira como fotógrafo muito cedo, após conhecer essa arte pelas mãos de grandes profissionais como Marco Terra Nova e Ivo Gonzales, que me fotografaram ainda criança praticando skimboard, esporte de praia que até hoje pratico. Tudo começou aí…

 

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E por que esse foco nos esportes radicais?

Acredito que a paixão anda de mãos dadas com este foco que acabei por dar nos esportes radicais. Sempre fui uma pessoa em constante movimento e os esportes, principalmente os radicais, sempre se fizeram presentes. E é justamente por isso que estou sempre preparado para fotografar grandes momentos abençoados pelo cenário natural dessa cidade maravilhosa. Atualmente, tenho me dedicado ao triathlon.

 

Você é fotógrafo de um grande jornal. Quais são os desafios deste trabalho, de fotografar o dia a dia de uma cidade?

Quando se trabalha em um jornal, todos os dias é preciso ter criatividade. Os desafios são grandes e a cidade sempre tem algo de novo para mostrar. É preciso estar muito atento.

 

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Você tem alguma foto favorita ou um tema que te dá mais prazer em fotografar?

Não tenho. Posso dizer que as minhas fotos preferidas são as mais desafiadoras. Eu gosto de desafios e acho incríveis todas as fotos que fiz me desafiando, principalmente as de ação que eternizam momentos, de certa forma, difíceis de conquistar e capturar.

 

Antes mesmo de se formar na faculdade, você já trabalhava com fotografia. Estes anos de estudo contribuíram para a sua formação ou, neste ofício, o que vale é o fazer?

Estudar algo que você goste muito sempre é maravilhoso e acaba por afastar aquele sentido ruim que a palavra “estudar” carrega. Foi através de muito estudo que aprendi a grande maioria das minhas técnicas mas, com certeza, a prática é indispensável. Fotografia é constância.

 

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Além da fotografia, você tem se aventurado na produção de camisetas. Por quê?

A Due Rio é mais uma parceria com a minha família,  meus maiores incentivadores.

A ideia de estampar camisetas com fotografias surgiu como mais uma possibilidade de suporte à minha produção fotográfica, ampliando as maneiras de “consumo” das minhas fotos e transformando-as em algo mais dinâmico e de uso pessoal. O carioca ama a sua cidade e eu, como um dos maiores admiradores do Rio, apostei nesse amor para começar a criar as estampas das camisetas.

 

Qual é o segredo para fazer “A” foto? Aquela que flagra um momento ou que eterniza uma imagem especial?

Não tem muito mistério. Se você estiver fotografando com paixão, tudo dará certo. Aliás, acredito que ser apaixonado por fotografia é o principal ingrediente para uma carreira promissora.

 

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Quais são seus planos para este ano?

Não tenho nada em mente… Quem sabe não surge algo depois das fotos que venho fazendo durante a Rio 2016?

 

FOTO1Site: www.guilhermeleporace.com

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Author

Jornalista, roteirista, mãe, poeta, editora, escrivinhadora, atriz. Mulher. Sou filha da PUC-Rio, formada em Comunicação Social com habilitação em jornalismo. Trabalhei em revistas sobre meio ambiente e educação. Fui parar na TV na produção do Globo Ecologia e logo estava participando da criação do Canal Futura, onde fiquei por mais de 7 anos. Trabalho na MultiRio, uma produtora de multimeios educativos da prefeitura do Rio de Janeiro, há 10 anos, atuando como roteirista e editora. Colaborei para os sites Opinião e Notícia e para o ArteCult escrevendo sobre Educação, Cultura, Cidadania, Meio Ambiente e fazendo várias entrevistas. Escrevi também para a Revista do Senac Educação Ambiental por cinco anos. Me formei em teatro pelas mãos de Bia Lessa. Fui dirigida por Alberto Renault e Roberto Bontempo. Conheci muita gente talentosa. Aprendi com muita gente boa. Fiz cursos livres de canto, de dança flamenca, de locução de rádio e de roteiro para TV e cinema. Sou uma leitora contumaz. E ótima ouvinte. Gosto de observar a vida e de dar pitaco em alguns assuntos os mais variados. Mãe de dois adolescentes, continuo aprendendo sobre a vida todos os dias. O humano me encanta. E me aterroriza também!