O singelo poder dos grupos

Primeiro, preciso agradecer publicamente ao meu editor Raphael Gomide.

Ficar algumas semanas sem preencher o espaço de minha coluna, sem ser pressionado para que tal acontecesse, precisa gerar esse agradecimento.
Quando lhe vim com um singelo pedido de desculpas, ele me sai com a máxima:

“Você precisa se divertir escrevendo. É o que quero de você”.

É nesta sensibilidade e em uma resposta a ela que dirijo meu texto a todos. Primeiro, com um pedido de desculpas pela minha ausência. Não como umas férias forçadas, mas como um momento em que precisava atender a outras questões: a vinda de meu filho, atendimento às burocracias das várias escolas, o fechamento das notas. Neste período do ano, tudo fica convulsivo. Com a vinda de meu temporão, tudo se avolumou. Em algum canto o curió ia sentir o peso. Não deu outra. Não consegui escrever com a plenitude que é necessária para preencher as páginas. Bem aqui.

No entanto, cá estou.
A escrever.
E desta vez, penso que vos trago um presente.
Depois de algum tempo, observando, escutando relato de amigos e colecionando o que mais pudesse, digo que há duas boas notícias aos bibliófilos de plantão.

A primeira: o surgimento da Revista 451, destinada ao universo das publicações.
Lançada em Maio deste ano, a revista tem como premissa falar do universo dos livros. Livros que serão lançados, que foram lançados e os que já foram consumidos são alvos de artigos e análises dos mais primorosos, balizados por um time eclético e mutante de colaboradores. Não há uma equipe fixa, o que há é um universo de colaboradores que possui uma capacidade ímpar de análise. Ela terá 10 publicações este ano, e a assinatura custa R$ 136,00. Uma pechincha.
Eu sou bibliófilo. No entanto, gosto de colecionar as publicações dos amigos escritores e daqueles que acompanho a carreira. Em minha biblioteca, além de alguns clássicos, gosto de colecionar os livros que possuem uma rubrica, um autógrafo.

Paulo Werneck e Fernanda Diamant, editores da Revista 451

Porém, venho acompanhando o surgimento de muitos bons novos autores e neste revista há um seção, ao final, só de lançamentos, divididos por temáticas. Para mim, um alento. Acaba sendo a publicação por que sempre ansiei. A Revista salva a lavoura daquele que busca por bons livros. Um sonho realizado. Espero que ela continue por vários e vários anos, e não seja somente o produto do entusiamo de boas almas.

O segundo: o grupo TAG. Imagino que os que acompanham essa coluna já conheçam o TAG, responsável por um retorno – neste caso, muito bom – dos grupos de recebimento de livros em casa. É um clube. Tem uma assinatura mensal de R$69,90, que cai para R$ 62,90 se for anual. Fiz a minha assinatura neste mês de Julho, em uma promoção que saía pela metade do preço. Não consegui aguentar à possibilidade de ter acesso a um livro totalmente novo, escrito diretamente para o grupo. Chegou a caixa, belíssima, de conteúdo impressionante, com este livro escrito mais mimos para comemorar os 3 anos do Clube. Valeu a pena. Muito. Há uma rede social criada para os assinantes. O clube não se encerra com a caixa; é com ela que se inicia. Há uma discussão em torno da obra. Fantástico. Maravilhoso.


Funciona no seguinte esquema: um curador escolhido pela TAG é responsável por escolher um livro que tenha mudado a sua vida. Grandes nomes da literatura – de todo o mundo – são convidados e inquiridos a responder a essa questão. Os livros selecionados são assim enviados mensalmente. Se você está a conhecer o grupo por esta publicação, não fique triste, há, pelo próprio site, uma forma de ter acesso às antigas publicações (não nego, passe na CREFISA antes, pois o investimento será alto).

Ainda me arrisco a dar uma terceira dica: o Leiturinha. Semelhante ao TAG, mas destinado ao público infantil. Como disse, arrisco-me, pois este não assino. Sei dele por amigos que o fizeram para seus filhos. Também tecem elogios constantes e calorosos.

Espero que estas dicam acalentem a todos. Como me um acalento escrever para o ArteCult.

Até a próxima.

Author

Professor e escritor. Lançou em 2013 seu primeiro romance, A Árvore que Chora Milagres, pela editora Multifoco. Participou do grupo literário Bagatelas, responsável por uma revolução na internet na primeira década do século XXI, e das oficinas literárias de Antônio Torres na UERJ, com quem aprendeu a arte de “rabiscar papel”. Criou junto com amigos da faculdade o Trema Literatura e atualmente comanda o blog Pictorescos. Tem como prática cotidiana escrever uma página e ler dez. Pai de dois filhos, convicto morador do Rio de Janeiro, do bairro de Engenho de Dentro. Um típico suburbano. Mas em seu subúrbio encontrou o Rock e o Heavy Metal. Foi primeiro do desenho e agora é das palavras, com as quais gosta de pintar histórias.

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