“FOI-SE: HISTÓRIAS QUE A MORTE CONTA” : ESPETÁCULO ESTREIA NO TEATRO DA UFF

Foto: Fernando Carvalho

Segundo espetáculo da Onírico Cia de Teatro aposta na encenação de contos literários que versam sobre o mistério e o fascínio acerca da morte.

Em  de fevereiro de 2020 estreia no Teatro da UFF o espetáculo “Foi-se: histórias que a morte conta”. Dirigida por Maria Coelho e Gabriel Mendes, a segunda montagem da Onírico Cia de Teatro abre a série “Literatura no Teatro”, do Centro de Artes da UFF, e encena contos de Carlos Drummond de AndradeWalt Whitman e Rosa Amanda Strausz mostrando olhares diferentes do imaginário humano sobre a morte e apresentando ao público uma nova maneira de conhecer e se relacionar com as histórias de terror.

A mescla de histórias de períodos literários tão diversos deu certo – e foi além. Pensado inicialmente para os adolescentes, público carente de produções de arte específicas e que tem por hábito investir horas em maratonas de séries em streaming, o projeto ampliou seu foco e se debruça sobre outro tema, visto como sombrio, triste e sobrenatural – a morte.

Este é um assunto que causa sempre um incômodo entre as pessoas. Quando surge no meio de crianças e adolescentes, então, não sabemos o quê e como falar. Mas ela está aí, sendo noticiada diariamente. Por outro lado, eles também veem na morte um universo de fascínio sobrenatural. E é a partir desta mistura – do real e do imaginário – que criamos o espetáculo”, revela André Valim, um dos idealizadores da montagem e criador da companhia.

Há quem pense que as histórias de terror são criações contemporâneas do cinema e, de fato, os filmes de terror multiplicaram seus títulos nos últimos anos, com bilheterias milionárias e obras aclamadas. Mas a literatura de terror é um dos gêneros mais consagrados na história e apresentou nomes como Edgar Allan Por, H.P. Lovecraft, Mary Shelley, Ann Radcliffe, Guy de Maupassant e Stephen King, entre outros.

Foto: Fernando Carvalho

“Um dos desafios foi fazer com que esses textos, que foram escritos para serem lidos, se tornassem comunicáveis através da palavra falada. Como tornar isso interessante? Pensei ainda de que maneira essa peça poderia dialogar com o contexto político, econômico, com a desigualdade, a violência, a extrema banalização da vida e espetacularização da morte, especialmente no cenário do Rio de Janeiro. Em tempos de silêncio, entendemos que seria muito importante somar à encenação essa discussão, tendo em vista as crianças mortas nas operações policiais”, analisa Maria Coelho, atriz e contadora de histórias que assina sua primeira direção.

É claro que a própria figura da Morte não poderia ficar de fora. “Se a morte pudesse contar suas histórias, como seriam? De suspense, de horror, de terror? Cômicas, non sense, cotidianas? Ou tudo isso? Em cena, são elas – as Mortes – as condutoras e narradoras de todas as histórias, pois são as únicas que presenciaram todos os acontecimentos”, adianta Valim. Neste encontro íntimo há espaço para o sombrio e o misterioso, mas também para o cômico e o riso, estabelecendo uma relação complexa tal qual é nossa própria forma de lidar com a morte.

Foto: Fernando Carvalho

Desenvolvido a partir de uma pesquisa realizada ao longo de dez anos sobre contos de horror e terror, o espetáculo reforça como traços da companhia o ineditismo da proposta e o uso de uma linguagem que transita entre contação de histórias e encenação. Tais características aparecem desde a primeira montagem da Onírico Cia de Teatro, “Vendo Memórias”, que marcou o início da companhia ganhando o concurso “Talentos Culturais – Rio de Janeiro”, do Sesi Cultural Rio 2017.

 

SINOPSE:

Através de textos de Carlos Drummond de Andrade, Walt Whitman e Rosa Amanda Strausz, o espetáculo “Foi-se: Histórias que a Morte conta” apresenta histórias que brincam com o imaginário humano em torno da morte – real e sobrenatural – permitindo que o público ‘reviva’ momentos peculiares que foram acompanhados de perto por essas três senhoras – ou três senhores.

 

SERVIÇO:

“FOI-SE: HISTÓRIAS QUE A MORTE CONTA”

  • QUANDO: Temporada de 1º a 16 de fevereiro de 2020. Horários: Sábado e Domingo – 19h
  • ONDE: Teatro da UFF. Rua Miguel de Frias, nº 9 – Icaraí – Niterói. Tel.: (21) 3674-7512
  • QUANTO:  R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia-entrada)
  • Duração: 60 minutos
  • Classificação: 10 anos
  • Gênero: Suspense

 

FICHA TÉCNICA:

 Textos: “Flor, Telefone, Moça”, de Carlos Drummond de Andrade | “A morte na sala de aula”, de Walt Whitman | “Crianças à Venda. Tratar aqui”, de Rosa Amanda Strausz

Tradução: “Death in the School-Room”- Ísis Azevedo

Direção: Maria Coelho e Gabriel Mendes

Elenco: Anderson Lopes e André Valim

Luz: Tadeu Aguiar

Figurino: Valério Bandeira

Músicas: Marcello Sader

Cenografia: André Valim e Day Bertolossi

Supervisão de Cenografia: Daniele Geammal

Assistência de Produção: Juliana Valin

Designer Gráfico: Vitor Gonçalves

Fotos: Fernando Carvalho

Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria – Gisele Machado & Bruno Morais

Realização: Onírico Cia de Teatro

Instagram: @foi_se_historias

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Redação do Portal ArteCult.com.   Expediente: de Seg a Sex - Horário Comercial.   E-mail para Divulgação Artística: divulgacao@artecult.com.   Fundador e Editor Geral: Raphael Gomide.  

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