Hoje, dia 31 de outubro, comemora-se o Dia Mundial das Cidades. A data foi escolhida em 2013 pela ONU e comemorada pela primeira vez em 2014 com o intuito de criar consciência global sobre o potencial transformador da Urbanização na qualidade de vida de seus habitantes, por meio da inovação, inclusão e desenvolvimento econômico.
A Comemoração também faz parte das duas datas que marcam o Outubro Urbano, iniciativa da ONU-HABITAT (programa para os assentamentos urbanos) que convida pessoas do mundo todo para a refletir e discutir sobre como as cidades podem ser mais sustentáveis, inclusivas e seguras. São elas:
O Dia Mundial do Habitat (7 de outubro de 2024), cujo tema escolhido foi: “Engajando a juventude para criar um futuro urbano melhor”, visando a participação dos jovens como lideres locais e agentes de transformação do desenvolvimento urbano sustentável, usando como base a Agenda 2030 e levando em consideração, as desigualdades, crises climáticas e polarizações políticas.
O Dia Mundial das Cidades (31 de outubro de 2024), trazendo o tema “A juventude liderando a ação climática e local para as cidades”, com foco no papel fundamental da juventude nas ações de enfrentamento à crise climática e na importância de transformar ideias inovadoras dos jovens em ações concretas, visando um futuro urbano mais sustentável.
A cada ano a comemoração acontece em uma cidade diferente e possui um tema específico. Em 2024, a cidade escolhida foi Queretáro no México.
Neste mês também passamos por uma agenda importante para as cidades brasileiras: as eleições municipais. Um momento de prestação de contas e de esperanças renovadas quanto ao desenvolvimento social, econômico e urbanístico locais.
Levando em consideração a iniciativa do Outubro Urbano, os 17 ODS(objetivos do desenvolvimento Sustentável) da Agenda 2030 da ONU, além do conceito de Cidades Inteligentes (Smart Cities), como estão nossas cidades? O que observamos como resultado? E o que há disponível como ferramentas para melhorias no desenvolvimento urbano?
No Brasil, o cenário das cidades em relação a esses temas é diverso.
A implementação dos ODS e das tecnologias de Smart Cities requer uma colaboração efetiva entre governo, setor privado e sociedade civil. É fundamental que as políticas públicas sejam inclusivas e que envolvam a participação da população, garantindo que as soluções atendam às necessidades de todos os cidadãos, como por exemplo: a implementação de sistemas de transporte inteligentes, soluções de energia renovável, monitoramento ambiental, e o uso de dados para tomadas de decisões mais informadas.
Segundo a 10a edição do Ranking Connected Smart Cities (2024) realizado pela consultoria Urban Systems Brasil, que analisa 74 indicadores em todas as cidades com mais de 50 mil habitantes e em 11 eixos temáticos(Mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo e governança), as 5 primeiras cidades mais inteligentes são:
1° Florianópolis-SC
Primeira colocada no ranking geral, por região (Sul) e por cidades com mais de 500 mil habitantes, terceiro lugar nos eixos de mobilidade e segurança, quarto lugar em saúde, quinto em tecnologia e inovação, sétimo em economia e oitavo lugar em empreendedorismo. Destaques: 44,6 km de ciclovias, ampliação da infraestrutura de saneamento, esgoto e recuperação de materiais reciclados; 100 % da população coberta pela atenção a saúde primária com agendamento online para consultas na rede pública, além de 98,3% do município já coberto com sinal 5G.
2° Vitória-ES
A cidade ocupou o segundo lugar no ranking geral mas ficou em primeiro lugar no eixo saúde, na Região Sudeste e entre cidades com 100 a 500 mil habitantes, segundo lugar em governança e o oitavo em educação. Destaques: boa infraestrutura de saúde com agendamento de consulta online na rede pública e 98% da população com água encanada, matricula escolar online na rede pública, 99,9% dos professores do ensino médio com formação superior e alunos com boa média no Enem.
Já em empreendedorismo, tecnologia e inovação, 100 % da população coberta com tecnologia 5G, além de 1 parque tecnológico e 3 incubadoras de empresas de acordo com a ANPROTEC( Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores).
3° São Paulo-SP
Terceiro lugar no ranking geral, primeiro em mobilidade, segundo lugar na Região Sudeste, quarto em urbanismo e empreendedorismo, oitavo em saúde, segurança e governança e nono em tecnologia e inovação. Destaques: Diversidade de modais existentes e a primeira cidade a implantar o bilhete eletrônico no transporte público, além de utilizar semáforos inteligentes, possuir 600 km de ciclovias, aumentou a frota de veículos com baixa emissão de poluentes, e ainda possuir os três maiores e mais movimentados aeroportos do país( Congonhas, Guarulhos e Viracopos) e transporte rodoviário interestadual para mais de 415 destinos brasileiros. Também conta com 1 parque tecnológico e 4 incubadoras de empresas.
4° Curitiba-PR
Curitiba ocupa a quarta colocação no ranking geral, a primeira em tecnologia e inovação, a segunda na Região Sul, a quarta colocação em empreendedorismo, a oitava em saúde, segurança e governança e a décima em meio ambiente. Destaques: Possui cobertura de sinal 5G em 100% do município, 3 parques tecnológicos inscritos no MCTI Inova Data, 7 incubadoras de empresas, atendimento de água e esgoto em 100% do município e 97% de tratamento de resíduos sólidos e esgoto coletado. Na saúde, ampliou o número de leitos oferecidos e permite agendamento online de consultas na rede pública.
5° Niterói-RJ
Além do quinto lugar no ranking geral, Niterói ficou em primeiro no eixo governança e segundo em urbanismo de cidades com 100 a 500 mil habitantes. Destaques: oferta de atendimento ao cidadão por meio de aplicativo e site da prefeitura (Escala Brasil transparente), possui 5 conselhos municipais participativos e uma boa nota no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal. Em urbanismo, conta com a Lei Plano Diretor revisada em 2019 e o site da prefeitura permite emissão de alvará, cadastro imobiliário informatizado, georreferenciado e disponibilizado aos cidadãos.
Em meio ambiente: Universalização do acesso à água e coleta de resíduos sólidos residenciais, tratamento de 100% do esgoto coletado e monitoramento de áreas de risco. Na saúde permite agendamento de consultas na rede pública via site da prefeitura.
Essas cidades estão adotando tecnologias como IoT, big data e inteligência artificial para resolver problemas urbanos e oferecer serviços mais eficientes e sustentáveis.
Neste Dia Mundial das Cidades, é essencial reforçar o compromisso com um futuro urbano mais sustentável e inteligente. As cidades brasileiras têm potencial para se tornarem líderes nesse movimento, mas isso requer um esforço conjunto e contínuo para superar desafios e transformar a urbanização em uma oportunidade para todos. Que possamos, juntos, construir cidades mais justas, inclusivas e resilientes, que respeitem o meio ambiente e promovam a dignidade humana
Existe uma gama de soluções tecnológicas dedicadas a facilitar a gestão e a solução de problemas das cidades, entre elas várias soluções livres e públicas, como: Amadeus LMS, I-Educar, e-Cidade, Novo SGA, Gnuteca, etc.
Saiba mais no Portal do Software Público Brasileiro ( SPB): https://www.gov.br/governodigital/pt-br/plataformas-e-servicos-digitais/software-publico
Referências:
https://brasil.un.org/pt-br
https://www.urbansystems.com.br/
